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G. Ciências Humanas - 5. História - 11. História | ||
EXTREMOZ: HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E MEMÓRIA | ||
Eliane Moreira Dias 2 (elainern@uol.com.br), Maria José de Oliveira Nunes 1, Rosa de Lima Câmara Guaignier 2 e Rosana Vieira da Silva Costa 1 | ||
(1. Secretaria Municipal de Educação de Extremoz - SMEE; 2. Pesquisadora da Secretaria Municipal de Extremoz - SMEE) | ||
INTRODUÇÃO:
Este trabalho tem por objetivo reconstituir a história e analisar a historiografia que trata do município de Extremoz, como também identificar o que os moradores preservam da memória histórica. Extremoz nasceu em 03 de maio de 1760, como primeira vila da Capitania do Rio Grande e denominou-se Vila Nova de Extremoz do Norte. No entanto sua história é bem mais antiga, no século XVII os jesuítas formaram na localidade a aldeia de São Miguel do Guajiru e construíram a igreja de São Miguel em estilo Barroco, hoje em ruínas. Dessa época, os moradores preservam na memória coletiva as lendas da lagoa, como a da cobra e do carro caído. Assim como a do tesouro enterrado nos alicerces da igreja, a população na tentativa de encontrá-lo, destruiu a igreja. A vila era importante centro econômico da região, com a criação de gado, antes do cultivo da cana-de-açúcar. Em 30 de julho de 1858 a sede da vila foi transferida para a povoação de Boca da Mata que recebeu a denominação de Vila de Ceará-Mirim. Depois disso, a emancipação política do município só acontecerá em 04 de abril de 1963. Ao reconstituirmos essa história estamos contribuindo com a historiografia norte-rio-grandense e com a preservação da memória histórica do povo de Extremoz. Dessa forma, trazemos também um referencial para a população que poderá perceber-se como sujeito da história de sua cidade, identificando-se com os lugares de memória. |
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METODOLOGIA:
Consultamos a historiografia norte-rio-grandense disponível no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, observando como é abordada a história de Extremoz, quem são os autores e quais as fontes utilizadas. Pesquisamos em manuscritos pertencentes ao período colonial, em jornais, leis, decretos e resoluções do século XIX, falas de presidentes de província e mensagens de governadores. Entrevistamos moradores com o intuito de saber o que eles conheciam sobre a história do município. |
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RESULTADOS:
Constatamos que a historiografia norte-rio-grandense tem pouca informação sobre o município de Extremoz e que um único livro trata exclusivamente da história local. Observamos nessa historiografia geral e específica que os autores não fazem referência aos documentos oficiais, provavelmente de onde tiraram as informações registradas, pois parte delas podemos verificar através dos documentos aos quais tivemos acesso. Compreendemos que no final do século XIX e até meados do século XX não era prática comum entre os historiadores informarem as fontes que forneciam os dados, mas percebemos que isso também acontece com as publicações mais recentes. Constatamos também que a população não se identifica com sua história porque a desconhece, principalmente os mais jovens. Entre os mais velhos, alguns deles, se preocupam com a preservação do passado, mas não sabem como preserva-lo. |
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CONCLUSÕES:
A historiografia norte-rio-grandense ao referir-se à história de Extremoz, trata praticamente do período colonial, algumas de forma sucinta. Raramente encontramos informações referentes ao século XX, a não ser mencionando a emancipação política do município e listando os prefeitos que o administraram. Acreditamos que isso acontece porque foi no período colonial que Extremoz foi importante em vários aspectos para a Capitania do Rio Grande, entre eles o econômico, inicialmente fornecendo pau-brasil, depois com a criação de gado. Mas no século XIX o eixo econômico mudou, a cultura da cana-de-açúcar estava em alta e a sede da vila é transferida para Ceará-mirim, onde estavam localizados os engenhos. Extremoz fica sendo apenas uma povoação e os documentos mostram que a partir daí caiu no esquecimento. Parcela da população desconhece sua história, os lugares de memória estão esquecidos, apenas as lendas sobrevivem. As ruínas da igreja foram tombadas, mas os moradores, por vezes não sabem do que se trata e até desconhecem o local onde estão localizadas, principalmente os moradores dos distritos mais distante do antigo centro da cidade. |
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Instituição de fomento: Prefeitura Municipal de Extremoz | ||
Palavras-chave: História de Extremoz; Historiografia; Memória. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |