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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
VIOLÊNCIA URBANA: ESTEREÓTIPO DO AGRESSOR E DA VÍTIMA
Airen Prada Wormhoudt 1
Miriam Sansoni Torossian 1
(1. UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO / UMESP)
INTRODUÇÃO:
A exposição à criminalidade transforma-a em acontecimento rotineiro e passa a ser desta forma representada pelos grupos sociais. As informações sobre o fenômeno da violência que fazem parte do cotidiano podem embasar as crenças dos indivíduos que, quando super generalizadas, denominam-se estereótipos. O presente estudo teve por objetivo investigar estereótipos formados pelos indivíduos a respeito da criminalidade.
METODOLOGIA:
Para tal, foi elaborado um questionário misto a partir de um inventário de delitos e de informações provenientes do NEV/USP (Núcleo de Estudos da Violência / USP), visando identificar na opinião dos participantes (amostra não probabilística de adolescentes e adultos, de ambos os sexos, encontrados em locais públicos na região do Grande ABC) quais os delitos mais freqüentes, horário e local onde ocorrem e o perfil dos agressores e das vítimas.
RESULTADOS:
Os resultados indicaram que, na percepção dos participantes, os quatro delitos mais freqüentes são: Roubo (86,4%), Seqüestro (69,1%), Furto (58%) e Homicídio (51,9%). Em relação aos agressores, os participantes afirmaram que são homens, com idade entre 19 e 25 anos, que não completaram o ensino fundamental, desempregados, de cor negra e na maioria estavam sob efeito de álcool e drogas. No que diz respeito às vítimas, elas seriam mulheres, com idade entre 19 e 25 anos, com ensino médio completo, trabalhando em atividade formal, de cor branca, não estando sob o efeito de álcool e drogas.
CONCLUSÕES:
As evidências encontradas neste estudo apontaram que, quando questionadas sobre o fenômeno da violência, as pessoas recorrem aos estereótipos enquanto estratégia heurística. Enquanto avaros mentais, dentre as informações pedidas pelo instrumento, os indivíduos informaram os sinais considerados relevantes para ambos os perfis (agressor e vítima), e, para defender a identidade positiva de seu grupo (vítimas), as pessoas construíram uma imagem positiva desse mesmo grupo em contraposição ao grupo dos agressores. Estas e outras conclusões sugerem a necessidade de estudos complementares.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: criminalidade; crenças; estereótipo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006