O fenômeno da precarização das condições de trabalho pode ser observado na maior parte das cidades brasileiras. Esse cenário apresenta-se a partir dos anos 90, enquadrando os trabalhadores nos limites da precarização e de outras experiências autônomas, como a camelotagem, o artesanato e a catação de material reciclável. A característica dessas experiências é que todos trabalham muitas horas por dia, vários dias por semana, e em péssimas condições. Essa pesquisa tem como objetivo caracterizar os aspectos da informalidade através de estudos de caso que permitam compreender esse movimento. Dessa forma, um dos estudos de caso é o trabalho dos vendedores de artesanato de Caxias do Sul.

Para realizar esse estudo foram definidos quatro variáveis: identificação dos vendedores, produtos comercializados nos pontos de venda, características ocupacionais dos envolvidos e se a prática desse serviço ocorre a partir de uma situação de desemprego. O referencial teórico utilizado encontra-se nas obras de Ricardo Antunes e Marcio Pochmann. O método utilizado foi o histórico-estrutural e a coleta de dados ocorreu no primeiro semestre de 2005 no centro de Caxias do Sul.

Foram entrevistados 75 sujeitos o que representou 5,00% da população envolvida nessa atividade. O perfil dos artesãos apontam para os seguintes traços: sexo feminino, idade entre 41 a 50 anos, não-naturais do município, são casados na sua grande maioria, com família, baixa escolaridade e renda de 1 a 2 salários mínimos mensais. Geralmente trabalham nas associações, no SINE, nas ruas e nos espaços cedidos pela prefeitura. Todos os entrevistados trabalham sem carteira assinada, em média 5 dias por semana, 8 horas por dia, e mais de 10 anos.

Os resultados deste estudo são preliminares, mas contribuirão para caracterizar o mercado de trabalho informal.

Trabalho de Iniciação Científica