As pessoas portadoras de doenças reumáticas são atendidas, convidadas e incentivadas pela professora e médica reumatologista do HU-UFAL a participarem a cada primeira quinta-feira do mês de um grupo de apoio, no qual participam os portadores de doenças reumáticas, seus acompanhantes, a médica, a psicóloga e professora orientadora, os alunos de Psicologia e de Medicina. Os instrumentos utilizados são: técnicas de grupo, que focalizam os aspectos psicossociais; registros dos prontuários; e entrevistas narrativas individuais dos voluntários.

A análise das narrativas dos participantes do grupo de apoio e dos entrevistados identifica a presença de uma série de dificuldades: familiares (numerosas, perda ou ausência dos pais, rigidez na educação, falta de apoio emocional) e sociais (perda das amizades, falta de recursos financeiros, impossibilidade de estudar).

Os acontecimentos nas suas histórias de vida (mudanças que acarretaram perdas significativas) possibilitam compreender que o desenvolvimento da doença, bem como o seu enfrentamento, está relacionado à precariedade dos recursos psicossociais disponíveis. A igreja, a família constituída após o casamento, o lazer e as novas amizades têm sido relatados como recursos que subsidiam tanto o enfrentamento da doença quanto as dificuldades da vida. O grupo de apoio é descrito como um lugar onde podem construir novas amizades; receber o apoio emocional que os incentivam a superar as dificuldades advindas das restrições impostas pela doença; e compreender as situações vividas no passado. Compreende-se que, desta forma, ressignificam o passado, propiciando a reconstrução de suas histórias de vida.