B. Engenharias - 1. Engenharia - 9. Engenharia Mecânica |
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IMPACTO DE AUTOMÓVEIS EM BARREIRA DE CONTENÇÃO |
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Airto Cavalheiro de Queirós Júnior 1 |
Humberto Breves Coda 1 |
Rodrigo Ribeiro Paccola 1 |
Marcelo Greco 1 |
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(1. Universidade de São Paulo - USP, Departamento de Engenharia de Estruturas - SET) |
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INTRODUÇÃO: |
Há muito tempo o desenvolvimento das tecnologias associadas aos meios de transporte humano vem se preocupando com o aumento da velocidade dos veículos e com o desenvolvimento de ambientes que proporcionem condições para que tais veículos possam desenvolver velocidades desejadas com níveis de segurança satisfatórios. Como decorrência direta do aumento da velocidade dos veículos e da sempre presente possibilidade de acidentes, surgiu a preocupação com a segurança dos usuários em situações de impacto.
Esta segurança está associada aos níveis de aceleração a que ficam sujeitos os usuários do sistema de transporte no instante do impacto. Como se sabe, é possível controlar os níveis de aceleração trabalhando na rigidez efetiva da estrutura que compõe o veículo. Esta rigidez efetiva está relacionada com a geometria da estrutura, a quantidade de material, a distribuição de massa, a forma do anteparo, etc.
A aplicação de softwares para analisar o comportamento de veículos em situações de acidentes, no caso impacto, é de grande importância para as indústrias de automóveis, aviões, trens etc. A importância das análises numéricas reside no fato de serem muito mais baratas que a realização de testes destrutivos para se avaliar parâmetros importantes, por exemplo, a desaceleração sofrida pelos passageiros desses veículos.
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METODOLOGIA: |
O trabalho apesar de utilizar uma modelagem bidimensional, apresenta uma metodologia capaz de modelar o processo de impacto da estrutura veicular com anteparos rígidos ou flexíveis de forma implícita, isto é, com erro controlado.
A modelagem geométrica da estrutura segue a formulação posicional não linear proposta em Coda (2003), Greco (2004) e Coda & Greco (2004). Nesta formulação a energia de deformação é escrita em função da medida não-linear de deformação de engenharia, que por sua vez é escrita como função das posições relativas da estrutura, não se utilizando o conceito de deslocamento. O mesmo é feito para o cálculo da energia cinética, ou seja, a velocidade é calculada diretamente como a derivada temporal da posição atual do corpo. Neste processo de descrição geométrica a cinemática de Euler-Bermoulli é seguida.
Uma segunda característica não-linear considerada é o comportamento elastoplástico dos metais, principais constituintes das estruturas de automóveis. O material é tratado como elastoplástico perfeito uniaxial, tendo em vista a cinemática adotada.
A terceira característica não-linear é o impacto propriamente dito, neste caso a conhecida técnica do multiplicador de Lagrange será aplicada, porém a identificação da ocorrência do impacto seguirá metodologia baseada em teorias de funções potenciais, muito utilizada em técnicas numéricas como o Método dos Elementos de Contorno, Greco & Coda (2004). |
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RESULTADOS: |
O automóvel foi discretizado em 57 elementos finitos e sua estrutura considerada em sua totalidade de aço. Além disso, foram colocadas massas concentradas (20 kg) nos nós (3 e 12) correspondentes aos centros de giro das rodas, com o intuito de simular a presença das mesmas. As características adotadas para a estrutura do veículo foram as mais próximas possíveis da realidade, considerando as limitações de simulação devido ao caráter bidimensional do programa.
Para a determinação da aceleração sofrida pela coluna cervical do motorista (nó 77) quando o veículo move-se a 33 m/s, observou-se o instante de tempo em que a componente da velocidade na direção X do nó 77 tornou-se nula (t=0,085 s). Assim a aceleração média sofrida pelo passageiro pode ser calculada por:
ax=Dvx/ Dt=(0-(-33))/(0,085-0)=388 m/s2
Considerando a aceleração da gravidade, g=10 m/s2, tem-se uma desaceleração de aproximadamente 39g. Tal nível de desaceleração é muito elevado podendo causar gravíssimas lesões à coluna cervical ou até mesmo a morte do ocupante.
O mesmo procedimento foi adotado para determinar a aceleração vertical, direção Y:
ay=Dvy/ Dt=(-5-0)/(0,085-0)=-59 m/s2 , ou seja, o motorista sofre uma aceleração para baixo de aproximadamente 6g, um valor suportável pelo corpo humano, porém passível de lesões.
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CONCLUSÕES: |
A formulação proposta se mostrou bastante estável para o problema analisado, indicando que esta deve ser explorada na solução de problemas mais completos. As soluções analisadas, apesar de simples, e utilizadas de forma prática, mostraram a utilidade de software deste tipo. O caráter implícito da formulação poderia ser criticado no que diz respeito ao tempo de processamento, porém sua aplicação como técnica explicita é imediata pela adoção de valores altos para a tolerância numérica. Estes comentários indicam a necessidade da extensão desta formulação para casos tridimensionais, incluindo elementos de casca e de barras tridimensionais, tarefa a ser levada a cabo em futuros trabalhos a serem desenvolvidos no Departamento de Engenharia de Estruturas, da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo. |
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Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP Iniciação Científica
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Impacto; Método dos Elementos Finitos; Não Linearidade. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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