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D. Ciências da Saúde - 7. Fonoaudiologia - 1. Fonoaudiologia
POR QUÊ (E COMO) INCLUIR A FAMÍLIA NO PROCESSO TERAPÊUTICO FONOAUDIOLÓGICO?

Maria Fernanda Belloni de Lima Pereira  1
Mariana Bernardes Feichtenberger  1
Suzana Carielo da Fonseca  2
(1. Departamento de Fonoaudiologia/PUC-SP; 2. Profª Dra./Orientadora do Departamento de Lingüística/PUC-SP)
INTRODUÇÃO:

O problema que este trabalho levanta é relativo à clínica fonoaudiológica e traduz-se na seguinte indagação: “por quê e como incluir a família no processo terapêutico fonoaudiológico?” Tal questão foi motivada, inicialmente, pela constatação de que há uma tendência dominante na Fonoaudiologia, qual seja: “incluir” significa, não raramente, “orientar” que, por sua vez, se articula com um ideal pedagógico de clínica. Procuramos, então, discutir a natureza de tal procedimento, ou seja, problematizá-lo como uma "ação clínica", tanto no atendimento de crianças quanto no de adultos. Esclarecemos, portanto, nos capítulos que compõem este trabalho, a abordagem de diferentes autores relativamente ao procedimento de convocar familiares tanto na instância diagnóstica quanto na terapêutica propriamente dita. Atenção especial foi dada, ainda, às particularidades envolvidas quando o atendimento é realizado fora do consultório particular (instituições, escolas, hospitais, postos de saúde).

METODOLOGIA:

O trabalho em questão tem uma natureza estritamente teórica. Consiste, portanto, em levantamento de bibliografia e resenha crítica de trabalhos representativos da reflexão que se propôs empreender.

RESULTADOS:

Incluir (ou não) a família no atendimento fonoaudiológico era uma questão que não poderíamos supor, de início, envolveria tanta complexidade. A investigação que realizamos nos permitiu identificá-la e, de um modo mais geral, concluir que se há uma tendência dominante – aquela baseada no ideal pedagógico de clínica – há, também, um movimento de ruptura relativamente a ela. Deve-se assinalar, entretanto, que no interior das abordagens que realizam tal movimento, uma outra tendência pôde ser por nós identificada: a adesão aos pressupostos psicológicos da abordagem sistêmica de família.  Fizemos notar que, nessa vertente, “incluir” é ação clínica sustentada pela hipótese de que a manifestação sintomática e/ou sua superação está intrinsecamente vinculada à dinâmica familiar.

É fato que as duas tendências acima configuram uma polaridade teórico-clínica no campo da Fonoaudiologia, mas a controvérsia de pontos de vista não se esgota aí porque, como vimos, há uma outra linha de reflexão em que fonoaudiólogos, afetados pelos fundamentos da Psicanálise, colocam em tela de discussão a necessidade de se examinar o problema da inclusão familiar atrelado às questões clínicas relativas ao par queixa/demanda, à transferência e, conseqüentemente, à configuração de posições no setting terapêutico. Foi no interior dessa divergência, então, que exploramos os fundamentos da denominada “clínica fonoaudiológica”.

 

CONCLUSÕES:

Como se vê, o nosso trabalho chama a atenção para o fato de que não há consenso, no campo da Fonoaudiologia, sobre o sentido do termo “incluir” quando o que está em questão é o manejo da relação terapeuta-paciente-família.

Instituição de fomento: CEPE
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Família; Incluir; Clínica Fonoaudiológica.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006