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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura

IDENTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS DE CONTROLE DE CUPINS NA ÁREA DO CAMPUS DA UFS.

Bruna Vanessa Cunha dos Santos 1
Genésio Tâmara Ribeiro 2
Marcelo da Costa Mendonça 3
Heloísa Oliveira dos Santos 1
Anderson Alvaro Silveira Deda 1
Eliana Maria dos Passos 4
(1. Departamento de Engenharia Agronômica/UFS; 2. Departamento de Engenharia Agronômica/UFS – Orientador; 3. Departamento de Engenharia Agronômica/UFS – Co-orientador; 4. Departamento de Ciências Biológicas/UFS)
INTRODUÇÃO:

Os cupins são insetos sociais da ordem Isoptera, que contém cerca de 2800 espécies catalogadas no mundo. Mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos, os cupins também têm atraído a atenção de cientistas devido ao seu singular sistema social (Constantino, 1999). Além de provocar considerável dano econômico em áreas urbanas e rurais, esses insetos também são importantes componentes da fauna de solo de regiões tropicais, exercendo papel essencial nos processos de decomposição e de ciclagem de nutrientes (Constantino, 1999). A pesquisa teve como objetivo identificar as espécies de cupins que ocorrem no Campus da Universidade Federal de Sergipe, bem como testar métodos de amostragem e de controle utilizando iscas atrativas. Esse trabalho é de grande relevância por ser o primeiro registro sobre a fauna de cupins no Campus da UFS.

METODOLOGIA:

Inicialmente foi obtido junto a Prefeitura do Campus, um mapa das instalações e área, com a finalidade de identificar os pontos de amostragem. Nos pontos selecionados foi realizada a amostragem de cupins utilizando a metodologia do transecto (adaptada de Jones e Eggleton, 2000), que consiste em colocar sobre o solo, uma corda com 100 metros, tomando-se como área de trabalho, um metro para cada lado da corda obtendo-se uma área total de 200 m² por transecto. Em cada transecto utilizou-se dois tipos de coletas de cupins sendo uma em amostras de solo e outra em micro sítios. Os cupins coletados foram depositados em frascos de vidro contendo álcool etílico a 80% e individualizados por amostra. Baseado no princípio da atração foram testados em campo diferentes tipos de iscas para cupins, tais como papelão corrugado, toretes de cana, discos de madeira, esterco e toretes de capim, visando selecionar a(s) mais eficiente(s) na atração das principais espécies de cupins que ocorrem na área do Campus. Em cada área, para cada isca (tratamento) foram utilizadas 3 unidades, totalizando 15 amostras divididas em quatro repetições, distribuídas de forma alternada. Posteriormente, ao redor das iscas onde foram encontrados cupins, instalou-se iscas impregnadas com produtos químicos para verificação da atratividade/repelência de cupins, para posterior utilização como técnica de controle. Utilizou-se 4 (quatro) produtos: Confidor GrDA, Decis, Atta-Fós 50 e Regent.

RESULTADOS:

Nas identificações, as amostras foram conduzidas pessoalmente à Universidade Federal de Viçosa, onde foi possível participar de um curso de Identificação de Cupim, promovido pelo “Laboratório de Termitologia”. Foram amostrados sete transectos, tendo-se coletado 34 morfo-espécies de cupins (identificação preliminar). Dentre as morfo-espécies predominam as famílias Rhinotermitidae e Termitidae, sendo que na primeira observou-se apenas um gênero com cinco morfo-espécies e na Termitidae, quatro gêneros com 28 morfo-espécies distribuídas em duas sub-famílias (Nasutitermitinae e Termitinae). Das cinco iscas testadas, aquelas confeccionadas com fezes de bovinos não atraíram qualquer das morfo-espécies de cupins coletados no Campus da UFS. Dos 5 gêneros coletados nos transectos, Cylindrotermes e Syntermes aparentemente não são atraídos pelas iscas testadas pois não foram coletados em qualquer das iscas em todos os transectos. Nasutitermes foi atraído por iscas à base de cana, madeira e capim, tendo sido colonizadas em torno de 66, 33, e 66% das iscas respectivamente; Heterotermes foi atraído por iscas de madeira (33%) e; Amitermes por iscas à base de capim e papelão na ordem de 33% das iscas. Das iscas impregnadas com cupinicidas, apenas foi encontrado cupim nas de cana-de-açúcar impregnada com Atta-Fós 50 e em somente um dos transectos. Os cupins encontrados provavelmente são do gênero Nasutitermes (Termitidae: Nasutitermitinae).

CONCLUSÕES:

A técnica de iscas atrativas mostrou-se promissora para emprego no monitoramento de cupins de solo. Novos estudos devem ser considerados para que se possa desenvolver adequadamente essa técnica, inclusive para emprego no controle de cupins.

Instituição de fomento: CAPES/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: cupins subterrâneos; cupins urbanos; monitoramento de cupins.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006