IMPRIMIR VOLTAR
B. Engenharias - 1. Engenharia - 14. Engenharia
SUBSÍDIOS À GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE
Soraia Cristina Tiviroli 1
Cristiane Rocha Duarte 1
Keila Tiviroli 1
Marjolly Priscilla Shinzato 1
Patrícia Correa da Luz 1
Sônia Corina Hess 1
(1. DHT/ CCET/UFMS)
INTRODUÇÃO:

A consciência e a preocupação pública com a saúde ambiental vem crescendo dia após dia e, da mesma forma, o interesse nos estudos sobre os resíduos sólidos de serviço de saúde vem aumentando, graças ao seu potencial disseminador de doenças e por oferecerem perigo para quem os gerencia. Sob essa perspectiva é possível entender a importância deste tema, que estimula a comunidade científica a desenvolver uma série de pesquisas, possibilitando o melhor entendimento sobre o assunto. A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 5 (1993) define resíduos de serviços de saúde como aqueles “resíduos sólidos dos estabelecimentos prestadores de serviço de saúde em estado sólido, semi-sólidos, resultantes destas atividades. São também considerados sólidos os líquidos produzidos nestes estabelecimentos, cujas particularidades tornem inviáveis o seu lançamento em rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso, soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”.

 

Este trabalho tem como objetivos a minimização dos riscos relacionados ao manuseio impróprio dos resíduos de serviço de saúde no Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (NHU/UFMS, Campo Grande/MS) facilitando a reciclagem, o tratamento e a disposição final desses, além de contribuir para o controle de riscos.
METODOLOGIA:

Na realização deste estudo, a princípio foi diagnosticada a situação atual do NHU/UFMS, no que tange à gestão dos seus resíduos sólidos. Posteriormente, fazendo uso das Resoluções do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), das Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e das Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), será possível propor uma gestão apropriada para os resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS) em tais estabelecimentos. O diagnóstico foi e está sendo composto de etapas como: escolha dos setores a serem estudados, identificação, caracterização e quantificação dos resíduos gerados.

 

Inicialmente, foi diagnosticado o estabelecimento como um todo, para que se faça um levantamento geral da situação com relação à problemática dos (RSSS) e para proporcionar uma integração e troca de informações entre todos os setores, de forma a interagirem e superarem eventuais dificuldades.

 

A identificação e a caracterização serão realizadas com base na Resolução RDC nº. 306, de 07 de Dezembro de 2004. Em cada setor estão sendo levantados dados relevantes como: número de funcionários, quantidade de lixo, grau de conhecimento sobre resíduos sólidos por parte dos funcionários etc.

 

Para as pesagens foi utilizada uma balança manual doméstica, de mola, com capacidade de 12,5 kg e uma balança de maior capacidade, normalmente empregada na pesagem de pacientes, para pesagem dos rejeitos advindos do setor da nutrição.
RESULTADOS:

Foi realizada a quantificação dos resíduos destinados à coleta externa como um todo, devido a não existência de segregação desses dentro do núcleo hospitalar, ocorria apenas a separação do papelão, mas ainda de forma ineficiente. Pode-se notar durante a pesagem que o setor que mais contribui para o volume final de lixo é o setor da Nutrição seguido pelo Pronto Atendimento Médico (PAM).

 

Observou-se durante as visitas NHU/UFMS ao que o gerenciamento interno dos RSSS era insatisfatório com relação às legislações e normalizações vigentes, como por exemplo, algumas irregularidades como a não existência adequada de área para o armazenamento dos resíduos, tanto o armazenamento temporário como o armazenamento externo, há não segregação de resíduos, exceto dos resíduos perfurocortantes (descartex) e do papelão, podem ser destacadas.

 

O não atendimento às normas e legislações vigentes referentes às etapas e gerenciamento interno dos RSSS do NHU/ UFMS pôde ser identificado, tomando como base a classificação dos resíduos e como eles deveriam ser gerenciados dentro do núcleo hospitalar.

CONCLUSÕES:

Concluiu-se que todas as pessoas que estão envolvidas diretamente ou indiretamente com os resíduos sólidos dentro do NHU/UFMS, desde da sua geração até ao armazenamento externo, não têm conhecimento sobre os RSSS e conseqüentemente sobre as suas normas e legislações vigentes, mas um fator importante pode ser destacado que a presença de acadêmicos de Engenharia Ambiental no núcleo hospitalar tem mudado esse quadro, onde os funcionários se mostram mais interessados em resolver a questão do gerenciamento dos resíduos dentro do seu local de trabalho.

                                                           

Outro grande problema encontrado é a grande massa final de resíduos infectantes, devido a não segregação adequada desses durante sua geração, onde aqueles resíduos que inicialmente não possuem nenhuma contaminação entram em contato com resíduos contaminados aumentando a massa final de resíduos contaminados.

 

O gerenciamento interno de resíduos é limitado à coleta e acondicionamento dos mesmos em sacos plásticos brancoleitosos ao quais, na sua maioria, não apresentam resistência à punctura e a ruptura.

 

Os resíduos de características perfurocortantes e os papelões são segregados na sua origem, mas as etapas restantes do manejo não são efetuadas adequadamente.

 

Instituição de fomento: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Resíduos sólidos de serviço de saúde; Gestão; NHU/UFMS.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006