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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

BIOTECNOLOGIA E MANEJO NA CERTIFICAÇÃO DE MUDAS DE CITROS

Michelle da Fonseca Santos 1
Andréa dos Santos Oliveira 1
Marcelo da Costa Mendonça 1
Robério Anastácio Ferreira 1
Arie Fitzgerald Blank 1
Renata Silva Mann 1
(1. Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe/UFS)
INTRODUÇÃO:

Na fase de produção da muda cítrica, a produção de porta enxerto é responsável por cerca de 60% do tempo demandado, sendo que, entre os fatores responsáveis por essa demora, encontra-se o período de germinação das sementes, que pode chegar a 60 dias ou mais, dependendo do porta-enxerto usado, bem como da desuniformidade das plântulas.

Uma alternativa, que tem sido empregada para promover uma germinação uniforme e rápida em sementes é o condicionamento osmótico. Com este tipo de tratamento as sementes são hidratadas até uma fase anterior a protusão da radícula, e após, secas podem ser armazenadas sob condições ideais para sua preservação, que variam com a espécie.

Para citros existem poucos relatos usando esta metodologia, que em termos de custo, algumas vezes é mais barata que a utilização de certos reguladores como ácido giberélico, que tem sido empregado visando reduzir o tempo de germinação.

Assim, tentando contribuir para a redução do período de germinação das sementes, que poderá garantir a obtenção de porta-enxertos e microenxertos mais vigorosos e num curto espaço de tempo, foi proposta a utilização de condicionamento osmótico em sementes de Citrus volkameriana Tan. e Pasq.

METODOLOGIA:

Foram utilizadas sementes C.volkameriana tratadas com o fungicida Captan 500 PM. As sementes foram submetidas ao condicionamento osmótico em rolo de papel germitest embebido com solução de Polietilenoglicol com os potenciais osmóticos de -0,6 MPa, -0,8 MPa, -1,0 MPa e -1,2MPa, nos períodos de 0, 4, 8 e 12 dias.

A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos testes de germinação e índice de velocidade de germinação. Para estes testes foram empregadas 200 sementes, sendo divididas em 4 repetições de 50. Foi determinado o grau de umidade das sementes pelo método da estufa e a condutividade elétrica foi realizada segundo as recomendações do Comitê de Vigor da Association of Official Seed Analysis (AOSA).

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 4, sendo quatro tempos de condicionamento osmótico e quatro potenciais osmóticos. A análise estatística foi realizada utilizando o programa SANEST, sendo as características avaliadas submetidas ao teste de Tukey.

Para avaliação dos perfis eletroforéticos, foram aplicados 20 µl de extrato de cada amostra, nas cavidades dos géis de poliacrilamida a 4,5% e 7,5%, sistema descontínuo. As enzimas foram reveladas para os sistemas álcool desidrogenase (ADH), esterase (EST), glutamato oxaloacetato transaminase (GOT) e sorbitol desidrogenase (SDH).

RESULTADOS:

As sementes submetidas ao condicionamento osmótico apresentaram diferenças significativas para a germinação, sendo que a testemunha apresentou as maiores médias (53%), seguida pelos tratamentos em que se empregou o condicionamento por 8, 4 e 12 dias. Testemunha, 8 dias e 4 dias diferiram estatisticamente.

Os resultados referentes à porcentagem de germinação das sementes condicionadas osmoticamente, em termos absolutos, foram inferiores à testemunha, o que permite inferir que com o tempo de condicionamento menor a porcentagem de germinação observada, independente dos potenciais osmóticos utilizados.

A observação de parte aérea ocorreu no 21º dia após a semeadura para a testemunha e para o tratamento de 12 dias. Considerando-se a restrição hídrica, a parte aérea foi observada com o tempo mínimo de 17 dias para o potencial de -0,6MPa e -1,2MPa.

Os valores de grau de umidade observados inicialmente para estas sementes foram próximos de 11%. Com o aumento da restrição hídrica, houve um aumento nos valores de umidade quando comparados com a testemunha. O mesmo foi observado para a condutividade elétrica, sendo que os valores observados inicialmente foram de 40 mS/cm/g e variaram com o aumento do tempo de condicionamento para valores compreendidos entre 10 e 40 mS/cm/g.

Quanto à isoenzimas, observou-se diferenças quanto à intensidade das bandas para os diferentes tratamentos nos sistemas ADH, EST e GOT.

CONCLUSÕES:
O condicionamento osmótico de sementes de Citrus volkameriana não afeta a germinação, no entanto, promove uma variação na fisiologia dos sistemas isoenzimáticos ADH, EST e GOT, o que permite inferir sobre alterações quanto a bioquímica das sementes.
Instituição de fomento: CNPq/PIBIC/UFS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: condicionamento osmótico; Citrus volkameriana; germinação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006