O fungo entomopatogênico Metarhizium é conhecido por causar doença em diversos insetos e ácaros. Neste processo, os conídios germinam e as hifas invadem a cutícula dos hospedeiros auxiliados por um complexo de enzimas, as quais têm importante papel na patogenicidade. Duas famílias de proteases degradadoras de cutícula já foram caracterizadas, uma com atividade tipo subtilisina (Pr1) e outra do tipo tripsina (Pr2). O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade de proteases extracelulares da linhagem E6 de M. anisopliae e MFRp-gre de M. flavoviride em presença e ausência de substrato cuticular.

Os cultivos foram realizados em meio mínimo líquido sem glicose e NaNO₃ (MMI) e MMI acrescido de cutícula do carrapato bovino Boophilus microplus ou da lagarta da soja Anticarsia gemmatalis 0,5% (p/v). Para a realização das análises enzimáticas retirou-se amostras em 0, 24, 48, 72, 96, 120, 144 e 240 horas. Primeiramente analisou-se a atividade proteolítica sobre o substrato azocaseína, determinando-se os períodos para avaliação das atividades específicas (substrato Suc-Ala-Ala-Pro-Phe-r-nitroanilida para Pr1 e N-a-Benzoil-DL-Arg-r-nitroanilida para Pr2).

Nos ensaios com azocaseína o perfil de atividade proteolítica no meio mínimo foi basal para ambas as linhagens. Nos meios acrescidos das diferentes cutículas, houve uma maior atividade proteolítica quando comparada ao MMI. Para a linhagem E6 o valor de atividade proteolítica foi de 0,6 µ mol de sulfanilamida.mL^-1.h^-1 e para a linhagem MFrp-gre foi de 0,2 µ mol de sulfanilamida.mL^-1.h^-1. O perfil de atividade de Pr1 nos meios acrescido de cutícula foi semelhante para as duas linhagens avaliadas. A atividade de Pr2 em todos os meios foi inferior a Pr1, sendo que no meio acrescido de cutícula de lagarta, para a linhagem E6, a atividade foi superior quando comparado aos demais meios.

A linhagem MFRp-gre teve atividades proteolíticas inferiores a linhagem E6 em todos os meios.

Instituição de fomento: UCS e CNPq

Trabalho de Iniciação Científica