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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 5. Arquitetura e Urbanismo
O USUÁRIO DE TRANSPORTE DE MASSA SOBRE TRILHOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
Ana Carolina Castro Maroni 1
Silvana Maria Zioni 2
(1. Aluna de graduação, Universidade Presbiteriana Mackenzie / UPM; 2. Profª. MSc., Orientadora, Universidade Presbiteriana Mackenzie / UPM)
INTRODUÇÃO:
O perfil do usuário de transporte coletivo de massa pode ser caracterizado conforme a sua distribuição espacial, sendo significativo não apenas como fator de definição das origens e destinos das viagens, mas por indicar também a lógica de localização das pessoas e atividades no espaço urbano. Este trabalho está vinculado a uma pesquisa maior "A rede de transporte de massa sobre trilhos na Região Metropolitana de São Paulo", que contou com o apoio financeiro da Fapesp, contribuindo decisivamente para a realização do trabalho aqui apresentado. Outro fator importante para a realização deste trabalho foi a utilização do software Mapinfo para a execução dos mapas apresentados na análise. Este trabalho destina-se a caracterizar o perfil do usuário dos sistemas de transportes de massa sobre trilhos na Região Metropolitana de São Paulo, através do estudo de suas características socioeconômicas e da relação delas com o contexto urbano. Entende-se que o perfil do usuário de transporte coletivo de massa pode ser caracterizado conforme a sua distribuição espacial, sendo significativo não apenas como fator de definição das origens e destinos das viagens, mas por indicar também a lógica de localização das pessoas e atividades no espaço urbano.
METODOLOGIA:
Com o objetivo de demonstrar que nas regiões populares da metrópole o nível de atendimento é pior que nas regiões de mais alta renda da metrópole foi feita uma delimitação de áreas de influência das linhas e sistemas de transporte sobre trilhos (linhas existente, projetadas e cogitadas), com o intuito de identificar as características da população em um raio de 1 Km ao redor de cada estação. A principal variável de análise foi a renda da população, pois a mobilidade (relação do número de viagens realizadas diariamente pela população) está diretamente vinculada à renda. Adotou-se como informação a Renda Média Familiar da Pesquisa Origem Destino (Cia. Do Metrô, 1997), agregando-se a população conforme os extratos de renda familiar de até 5 salários mínimos, de 5 a 20 salários mínimos e superior a 20 salários mínimos. Além desta variável, outras foram estudadas, tais como: emprego, matrículas, tipo e modo de viagem.
RESULTADOS:

De acordo com a análise dos dados coletados e processados, a característica do usuário do transporte de massa sobre trilhos na RMSP está diretamente e, principalmente, vinculada com a sua renda. A população de baixa renda é pouco atendida pelas linhas existentes e, mesmo com a construção de novas linhas, uma parcela muito pequena da população será atendida. Já a população de alta renda é bem atendida pelo sistema de transporte sobre trilhos, a maior concentração de linhas está justamente onde há a predominância da população com mais de 20 salários mínimos.

Além disso, a análise dos outros fatores, como o modo de viagem demonstra que o transporte individual em relação ao coletivo é predominante em todas as linhas estudadas. As linhas dos transportes sobre trilhos não possuem uma abrangência para que toda a Região Metropolitana possa ser acessada, por isso a necessidade do uso do transporte individual.

A variável emprego foi analisada através do estudo dos setores secundário e terciário. O pólo de empregos do setor terciário possui maior atendimento por estar na região central e sudoeste da metrópole, áreas que concentram a população de maior renda.
CONCLUSÕES:

O sistema de transporte sobre trilhos na Região Metropolitana de São Paulo atinge, principalmente, as áreas onde mora, em maior parte, a população de alta renda. O sistema está concentrado nas regiões da cidade que possuem maior concentração de emprego no setor terciário.

A futura ampliação das linhas não modificará este quadro, já que a localização das novas linhas não irá atingir as áreas onde mora a maior parte da população da metrópole, que é de menor renda.
Instituição de fomento: PIVIC Mackenzie e FAPESP
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: usuário de transporte; região metropolitana de São Paulo; transportes.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006