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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE 3-ALQUIL(ARIL)-5-HIDROXI-5-TRIFLUORMETIL-4,5-DIIDRO-1H-1-TOSILPIRAZOL

Tatiana Borba Spader  1
Helena Sebastiany Coelho  2
Alexandre Wentz  2
Kelen Flores  2
Sydney Hartz Alves  1
Helio Bonacorso  2
(1. Departamento Microbiologia da Universidade Federal de Santa Maria/ LAPEMI; 2. Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Maria/ NUQUIMHE)
INTRODUÇÃO:

As infecções fúngicas sistêmicas têm aumentado de forma alarmante durante as últimas décadas, sendo um dos problemas mais graves a nível hospitalar. Os principais fatores de risco que têm contribuído para este problema são: o incremento do número de procedimentos cirúrgicos e técnicas invasivas (catéteres centrais, nutrição parenteral), o aumento de doentes submetidos a tratamentos de quimioterapia, terapêutica com fármacos imunossupressores (transplantes de órgãos), quadros patológicos de imunossupressão (SIDA). A prescrição de antibacterianos de largo espectro é um fator de risco acrescido devido à redução da flora bacteriana protetora, levando ao crescimento de fungos que colonizam o doente. Neste contexto a pesquisa de novos e diferentes fármacos antimicrobianos é tema de destacada relevância. Desta forma, o Núcleo de pesquisa de heterociclos (NUQUIMHE) vem desenvolvendo estratégias para a síntese de compostos heterociclos halogenados com vistas a diversas atividades biológicas. Os compostos sintetizados foram avaliados para diferentes microrganismos patogênicos causadores de doenças em humanos. Os ensaios microbiológicos foram realizados no Laboratório de pesquisa Micológica (LAPEMI).

METODOLOGIA:
Os compostos foram obtidos através de uma reação de condensação entre b-alcoxivinil trifluormetil cetonas em refluxo de tolueno com tosil hidrazina. A atividade antimicrobiana in vitro para os derivados tosil pirazolínicos foi avaliada frente a uma série de microrganismos patogênicos incluindo um coco gram-positivo (Staphylococcus aureus ATCC 25923), bacilos gram-negativos (Pseudomonas aeruginosa ATCC 27850, Escherichia coli ATCC 25922), fungos (Candida albicans ATCC 44373, Candida dubliniensis BRCD 12, Candida glabrata ATCC 10231, Cryptococcus neoformans ATCC 28952, Saccharomyces cerevisiae ATCC 2601) e alga (Prototheca zoopfi) de acordo com o método de bioautografia descrito por Hostettmann e colaboradores e Hamburger & Hostettmann. Para o desenvolvimento deste, utilizou-se placas de Petri, onde foram depositadas as cromatoplacas com as amostras a serem analisadas nas diferentes concentrações. Em seguida, foi adicionado o meio de cultura liquefeito e inoculado com o microrganismo padrão. As placas de Petri foram incubadas conforme o período de tempo preconizado pela metodologia. Decorrido este período, as cromatoplacas foram reveladas com uma solução aquosa de cloreto 2,3,5 trifenil tetrazóleo. A leitura foi realizada determinando-se como quantidade inibitória mínima (QIM), a menor concentração da substância, na qual houve o aparecimento de halo de inibição.
RESULTADOS:

As técnicas empregadas para avaliação da atividade antimicrobiana de compostos incluem ensaios de diluição em caldo (NCCLS), diluição em ágar, difusão em ágar e a bioautografia. De modo geral as técnicas de referência consistem na incorporação de um inóculo padronizado por meio específico e após a incubação lê-se a turvação gerada pelo crescimento microbiano. Compostos químicos como derivados tosil pirazolínicos evidenciam reduzida solubilidade, comprometendo leituras de turbidez. Neste contexto, o método de bioautografia constitui-se numa forma prática e eficiente pa avaliação desses compostos.Os derivados tosil pirazolínicos evidenciaram alta atividade frente a bactérias gram-positivas. O composto 2a que apresenta como substituinte um H na posição 3 foi menos ativo. A presença do substituinte 4-fluorfenil no composto 2g mostrou-se importante para conferir alta sensibilidade das bactérias ao composto em estudo. A quantidade mínima necessária para inibir o crescimento de Staphylococcus aureus foi de 0,78 mg.O composto 2c apresentou atividade frente a bactérias gram-positivas e gram-negativas. A quantidade necessária para inibir o crescimento de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa foi respectivamente 1,56 e 12,5mg. De forma geral, os derivados tosil pirazolínicos foram pouco ativos para fungos. Apenas o composto 2d apresentou atividade moderada para Saccharomyces cerevisiae (QIM - 6,25 mg).

CONCLUSÕES:

Os derivados tosil pirazolínicos evidenciaram boa atividade antibacteriana. O composto 2g que possui como substituinte 4-fluorfenil, apresentou significativa inibição para bactérias em especial para Staphylococcus aureus onde a quantidade necessária para inibir o mesmo foi de 0,78 mg.

Instituição de fomento: CAPES, CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: atividade antimicrobiana; derivados tosil pirazolínicos; bioautografia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006