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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal
PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA, VALOR ENERGÉTICO E PROTÉICO DA SILAGEM DE DIFERENTES CULTIVARES DE AVEIA NO ESTÁDIO DE FLORAÇÃO.

 

Vanessa Peripolli 1
José Laerte Nörnberg  1
Julcemar Dias Kessler  1
Fernando Reimann Skonieski  1
Jacson William Borstmann  1
Luís Felipe Bancher Pedó  1
(1. Universidade Federal de Santa Maria/UFSM (NIDAL/DTCA/CCR))
INTRODUÇÃO:

O uso de forrageiras conservadas na dieta de bovinos tem sido comum entre os pecuaristas, pois, além de suprir a deficiência de forragem esta prática, também fornece alimentos de qualidade satisfatória para manter os índices produtivos e reprodutivos do rebanho durante o ano. Neste contexto a silagem de aveia tem despertado interesse dos produtores, por ser uma cultura hibernal, a aveia pode ser cultivada numa época em que as áreas ocupadas por lavouras de soja e milho no verão estão ociosas, servindo ainda como cobertura de solo, evitando a erosão. No estádio vegetativo, a aveia apresenta a maior concentração de nutrientes, porém, o baixo teor de matéria seca e a elevada capacidade tampão dificultam a ensilagem. Esta situação pode ser contornada através do uso de aditivos biológicos (inoculantes), com objetivo de atender indiretamente à demanda por glicídios solúveis dos lactobacilos. Outra alternativa, que pode ser utilizada é a adição de produtos com características de absorção de umidade, e ou o uso da pré-secagem, para aumentar o teor de matéria seca, incorporar carboidratos solúveis e aumentar a relação açúcar: proteína. Porém a baixa produção de matéria seca por hectare e o uso de técnicas que permitam garantir a qualidade fermentativa, tornam o processo lento e oneroso. Dessa forma, o presente experimento tem por objetivo avaliar a produção e a qualidade da silagem produzida a partir de quatro genótipos de aveia no estádio de floração.

METODOLOGIA:

O material experimental foi cultivado em área pertencente ao setor de nutrição animal do Departamento Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, situada na Depressão Central do Rio Grande do Sul. O solo é classificado como Argissolo Vermelho Distrófico Arênico. A adubação de base constituiu-se por 250 kg/ha da fórmula 5-20-20 de N-P-K, sem adubação de cobertura. Os tratamentos foram compostos por dois genótipos de aveia preta (Aveia Preta Comum e UTFP 971) e dois de aveia branca (ER 91156-1-2-1 e SI 98105-b). O cultivo foi efetuado em parcelas de 5 m de comprimento por 1 m de largura, com cinco linhas. O corte foi realizado no estádio de floração, onde 70% das plantas estavam florescidas. Imediatamente após o corte a forragem fresca foi triturada e ensilada em protótipos laboratoriais, abertos cinqüenta dias após a ensilagem e analisados no Núcleo Integrado de Desenvolvimento de Análises Laboratoriais (NIDAL)- UFSM. As amostras foram secas em estufa com circulação de ar forçado a 55°C por 72 horas para determinação da produção de matéria seca (PMS) e posteriormente moídas em moinho tipo "Wiley" para determinação da matéria seca (MS) e proteína bruta (PB). Os valores de energia foram estimados de acordo com o NRC (2001). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS:

Analisando-se as produções de matéria seca por hectare, os genótipos ER91156-1-2-1 e SI 98105-b apresentaram maior produção (P<0,05) com 7.079 e 6.746 kg/ha respectivamente, não diferindo do genótipo aveia preta comum (P> 0,05) que apresentou produção de 5.479 kg/ha. Em relação à matéria seca o cultivar SI 98105-b apresentou maior teor (34,34%) diferindo dos cultivares ER 91156-1-2-1, Aveia Preta Comum e UTFP 971 (26,60, 23,96 e 21,29%, respectivamente). Quanto aos valores de proteína bruta (PB) os genótipos de Aveia Preta Comum e UTFP 971 apresentaram os maiores (P<0,05) teores (8,72 e 9,23%, respectivamente) em relação aos cultivares ER 91156-1-2-1 e SI 98105-b (6,44 e 6.46%, respectivamente). Ao se comparar os valores de energia digestível (ED), estimados de acordo com as equações propostas pelo NRC (2001) não houve diferença significativa entre os genótipos estudados, sendo a média encontrada de 2,37 Mcal/ kg de matéria seca.

CONCLUSÕES:

Considerando apenas a produção de matéria seca por unidade de área, os genótipos de aveia branca seriam mais recomendados. Entretanto, aliando-se a produção de matéria seca com a energia digestível e o teor de proteína o genótipo Aveia Preta Comum é o mais recomendado.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: aveia forrageira; energia digestível; proteína bruta.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006