G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 3. Antropologia das Populações Afro-Brasileiras |
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"SOMOS DONOS DA NOSSA PESSOA": um estudo antropológico da comunidade negra do bairro do Cuscuz, Maracás, Bahia.
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Adriana Marinho Santos Novaes 1 |
Fabiana Marinho de Novaes 1 |
Joaquim Perfeito da Silva 1, 2 |
Irenilda Silva dos Santos 1 |
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(1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB ; 2. Orientador) |
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INTRODUÇÃO: |
Este trabalho trata de um estudo dos aspectos culturais e dos processos identidários étnicos da comunidade negra do bairro do Cuscuz no município de Maracás, Bahia, que simbolizam atitudes de resistência que ao longo da história permitiram a permanência do grupo no lugar, e que, por possíveis fatores intrínsecos, fizeram com que a comunidade se caracterize como um grupo isolado genético–urbano abstracional, conforme estudos genéticos realizados por Pereira(2003).O estudo dessa comunidade sob a perspectiva antropológica, responde a muitas questões que não foram delimitadas pelo estudo genético, além de se consubstanciar em subsídios para a implantação de políticas públicas de reconhecimento da comunidade como remanescente de quilombo junto a Fundação Palmares, para que possam adquirir os direitos que a Constituição lhes garantem. |
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METODOLOGIA: |
A pesquisa vem sendo realizada em duas etapas: de campo e de laboratório.Em campo foi feito o mapeamento em escala reduzida de locais sagrados, de produção econômica e de festas. As entrevistas abertas foram realizadas em grupo focal, quando foram promovidos debates acerca da identidade étnicas e individuais em que se privilegia o resgate da memória social do grupo. A foto-filmagem está sendo utilizada para análises em laboratório e posteriormente para a edição de vídeos –documentários.O trabalho de laboratório, por fim, cumpre as etapas de análise e fundamentação teórica dos dados coletados, baseados em uma revisão bibliográficos sistemática. |
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RESULTADOS: |
A pesquisa, ainda em andamento tem proporcionado um amplo debate na comunidade sobre questões inerente ao conceito de identidades. Em termos práticos, o projeto já conta com um banco de imagens, ainda que em contínua construção, que reflete a memória social do grupo.O primeiro vídeo –documentário, ’’A Folia de Reis do Cuscuz’’, de uma série que terá como foco as tradições culturais da comunidade, encontra-se em fase final de edição, assim como o mapeamento dos locais sagrados. |
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CONCLUSÕES: |
A análise dos resultados obtidos até o momento tem demonstrado sob a perspectiva das teorias antropológicas que festas, cultos e ritos, criados localmente e desenvolvidos historicamente, são estratégias de resistência e transparência de identidade cultural que caracterizam os meios que mantém a comunidade do bairro do Cuscuz como isolados genético-urbano.O isolamento do grupo traduz não só um compromisso pela sobrevivência e manutenção do ethos cultural diante do outro, mas, sobretudo a forma expressiva de mecanismos internos que os mantém coesos e conscientes das estratégias necessárias para driblar os fatores que possam provocar ruptura por questões de interações sociais. |
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Afro-descendente; Quilombo; Resistência. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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