O presente estudo realizado no Pantanal da Nhecolândia, sub-área do Pantanal Mato-grossense, apresenta características bastante peculiares, constituídas de lagoas salinas, cordilheiras, baías, vazantes, banhados e corixos. Objetivou-se estudar a oscilação sazonal do lençol freático da área da Lagoa Salina do Meio, em duas toposseqüências, através dos registros realizados nos anos de 2001 e 2002: na topossequência 5 da vertente norte, onde foram instalados os piezômetros P16, P17 e P18, e na topossequência 3 da vertente sudoeste, onde foram instalados os piezômetros P19, P20 e P21. Este trabalho justificou-se para compreender os fluxos de água sub-superficial da área da Lagoa Salina do Meio e seu entorno, onde foram observadas as oscilações dos fluxos de água como fatores importantes para analisar as estruturas da cobertura pedológica e da cobertura vegetal.

Os registros do nível d’água foram realizados a cada 10 dias, através de um instrumento denominado “piu”, preso a um fio de nylon, estendida pelo piezômetro até atingir o nível do lençol freático. Os dados foram organizados em tabelas e representados em perfis topográficos através do programa corelDRAW®, procurando associar os níveis d´água com os horizontes do solo.

Nos dois anos observados mostraram que o nível mais baixo do lençol freático ocorreu em setembro nos três pontos da topossequência 5, e o nível mais alto no ano de 2001 no mês de janeiro, também nos três piezômetros, já em 2002, o lençol freático apresentou-se mais próximo da superfície, no mês de dezembro nos pontos mais elevados da cordilheira, e em março no ponto mais baixo, no início da mata da cordilheira. Na toposseqüência 3, em 2001 o nível mais baixo foi registrado em dezembro no P19 e em novembro no P20 e P21. E o nível mais alto foi registrado nos dois anos, em janeiro nos piezômetros localizados no interior da cordilheira e em março no P19.

Essa oscilação sazonal do nível do lençol freático pode ser responsável pelas características alcalinas da lagoa, pois quando o nível freático está baixo, se encontra associado a “camada verde”, que é um horizonte rico em sais, e nas cheias o nível freático se eleva abastecendo-a. O comportamento sazonal do nível freático entre os piezômetros, varia de acordo com os diferentes fluxos de água sub-superficial, assim como da disposição e organização dos horizontes do solo, ao longo da toposseqüência da vertente voltada para a lagoa salina.

Instituição de fomento: FUNDECT-MS; EMBRAPA/CPAP; SEMACT/MS; Proj. 412/2003 Convênio CAPES/COFECUB, PIBIC/CNPq-UFMS

Trabalho de Iniciação Científica