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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

ARRANJO ESPACIAL NO CRESCIMENTO E RENDIMENTO DE AMENDOIM NO RECONCAVO BAIANO

Orlando Melo Sampaio Filho 1
Clóvis Pereira Peixoto 1
(1. Universidade Federal da Bahia - UFBA)
INTRODUÇÃO:

O Amendoim (Arachis hipogaea L.) é cultivado em diversas regiões do mundo sob as mais diferentes condições edafoclimáticas. No Brasil, mais precisamente no Nordeste, é cultivado basicamente por pequenos e médios produtores com áreas em torno de 20 hectares, com baixo nível tecnológico. Dentre os municípios do estado da Bahia que cultivam o amendoim, destacam-se os de Maragogipe e Cruz das Almas, situados no Recôncavo Baiano, (com uma área plantada de 608 e 421 hectares, respectivamente em 2004).

O plantio geralmente é feito de forma desordenada; com configurações irregulares e em covas, visando atender principalmente o consumo “in natura”, contribuindo para o baixo rendimento e ineficiência do uso da terra. Sendo assim, surge a necessidade de novos estudos quanto à manipulação da cultura de forma a aproveitar melhor o seu potencial e proporcionar aos agricultores melhores rendimentos, o que melhoraria a eficiência no uso da terra, refletindo positivamente no contexto social e econômico da Região.

A partir dos dados de crescimento pode-se estimar de forma precisa as causas de variações de crescimento entre plantas geneticamente diferentes ou entre plantas iguais, crescendo em ambientes diferentes. Para tanto, objetivou-se avaliar diferentes espaçamentos e densidades no acúmulo da fitomassa e no crescimento do amendoim vagem lisa no Recôncavo Baiano, em substituição a métodos tradicionais de plantios utilizados nesta Região.

 

METODOLOGIA:

O experimento foi realizado no Campo experimental da Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, localizado no município de Cruz das Almas, Bahia, a 12o40'19 “de Latitude Sul e 39o06'22" de Longitude Oeste de Greenwich, tendo 220 m de altitude.

Utilizou-se o cultivar Vagem lisa (“land race”), do grupo Valencia, e o delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial (3 x 3 +1) com quatro repetições adotando-se os espaçamentos de 0,50 m, 0,65 m, 0,80 m entrelinhas e três densidades de semeadura (5, 10 e 15 plantas por metro) e um tratamento adicional, como testemunha (covas espaçadas de 0,25m x 0,30m), totalizando dez tratamentos.

Os dados coletados para as diferentes variáveis foram submetidos à análise de variância e os efeitos significativos do teste F foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade visando à comparação das médias entre os tratamentos. Utilizou-se o teste de Dunnett para comparar as médias dos arranjos formados pelas densidades e os espaçamentos estudados com o tratamento do agricultor. O índice de colheita foi deduzido a partir da formula IC = PE/PB, onde: PE é a produtividade econômica representada pelas vagens e PB é a produtividade biológica representada pela massa de matéria seca total, eliminando-se as raízes. As curvas polinomiais exponenciais foram grafadas baseadas em suas médias de cada coleta realizada.

 

RESULTADOS:

Os dados obtidos através da análise de variância revelam valores de F altamente significativos (P < 0,01) para as variáveis: área foliar (AF), massa seca de folha (MSF), massa seca de haste (MSH), massa seca de vagens (MSV) e massa seca total (MST) nos fatores densidade de plantas. Para o fator espaçamento e a interação densidade x espaçamento o valor de F não foi significativo (P > 0,05) para todas as variáveis estudadas, indicando que o espaçamento neste estudo não interferiu no crescimento da planta nas variáveis estudadas.

 A área foliar (dm2), tendo como o seu ponto inicial de quantificação a partir dos 20 DAE, chega ao seu ponto máximo aos 65 DAE, onde começa a ocorrer uma queda. Verifica-se que todas as variáveis foram influenciadas pelo fator densidade de plantas, e, independente do espaçamento utilizado, a densidade de 5 plantas por metro, apresentou valores mais elevados, diferindo estatisticamente das demais, com exceção do tratamento testemunha.

 

CONCLUSÕES:

a) A variação da massa seca nas diversas frações da planta, massa seca total e área foliar, foi diferencialmente influenciada pela densidade de plantas, independente do arranjo espacial; b) Av densidade de 5 plantas m–1 independente do espaçamento, apresenta um maior acúmulo de massa seca de folhas, hastes, vagens e total, bem como uma maior área foliar; c) O arranjo espacial D1E3 formado de 5 plantas m-1 e 0,80 m de espaçamento entrelinhas, apresenta uma  maior conversão da matéria seca total em massa seca de vagens, com um índice de colheita de 46%.

Instituição de fomento: PIBIC/UFBA
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Densidade; Matéria seca; (Arachis hipogaea L.).
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006