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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 4. Materiais Odontológicos

efeito da EXCITAÇÃO ULTRA-SÔNICA SOBRE A  RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DIAMETRAL DE CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRo

Akimi Adachi 1
Eduardo Bresciani 1
Terezinha de Jesus Esteves Barata 1
Ana Carolina Mandaliti 1
Ticiane Cestari Fagundes 1
Maria Fidela de Lima Navarro 1
(1. FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)
INTRODUÇÃO:

Os Cimentos de Ionômero de Vidro (CIVs) são materiais restauradores largamente utilizados na Odontologia, devido as suas propriedades de liberação e reincorporarão de flúor, adesão às estruturas dentárias, coeficiente de expansão térmica similar ao da estrutura dentária, biocompatibilidade e estética satisfatória. Por outro lado, apresentam inadequada resistência mecânica, principalmente em áreas submetidas a esforços mastigatórios. A fim de obter uma melhoria das propriedades mecânicas dos ionômeros foi iniciada uma linha de pesquisa, por meio da excitação do ultra-sônica nos CIVs. Esta parte do pressuposto de que à energia cinética adicional proveniente da excitação ultra-sônica, acelerará a reação de presa, por meio do aumento de temperatura durante sua aplicação. Com isto ocorrerá uma melhor compactação do material, resultando em uma diminuição do número bolhas no interior do material. Por conseguinte, caso a temperatura aumente, supõe-se que ocorra um aumento da evaporação do líquido, resultando em um aumento da resistência dos CIVs. Em virtude, da carência de dados na literatura a respeito da excitação ultra-sônica nos CIVs é importante a realização de um maior número de pesquisas laboratoriais antes que o ultra-som possa ser indicado clinicamente. Este estudo comparou a resistência à tração diametral dos cimentos de ionômero de vidro, em diferentes períodos de tempo de armazenamento, submetidos ou não à excitação ultra-sônica.

METODOLOGIA:

A resistência à tração diametral de sete cimentos de ionômero de vidro [Bioglass R / Biodinâmica (B), Ionofill Plus /VOCO (IP), Ketac-Molar / 3M ESPE (KM), Magic Glass /Vigodent (MG), Maxxion R /FGM (MR), Vidrion R /SS White (VR) e Vitro Molar /DFL (VM)] foi testada neste estudo de acordo com a especificação número 27 da American Dental Association (ADA). O experimento foi realizado em um laboratório com temperatura e umidade relativa controladas, respectivamente em 23±1ºC e 50±5%. Os corpos-de-prova foram confeccionados em matrizes de dente bovino com seguintes dimensões: 6 mm de diâmetro e 3 mm de altura. Dez corpos-de-prova foram confeccionados para cada cimento de ionômero de vidro a ser testado e para cada período de armazenamento: 1 hora, 24 horas e 7 dias. Destes 5 corpos-de-prova foram submetidos à excitação ultra-sônica, por 20 segundos, correspondendo ao grupo teste (GT) e 5 corpos-de-prova não receberam nenhuma excitação ultra-sônica, grupo controle (GC). O aparelho de ultra-som utilizado foi o Piezon Master 400 dental scaler (EMS-GCwitzerland). Os corpos-de-prova foram armazenados em recipientes plásticos, com água deionizada e mantidos em estufa à 37ºC, até a realização do ensaio de resistência, em uma máquina de testes universal (EMIC – DL 500) a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística ANOVA a três critérios e Tukey (p<0,05) para comparações múltiplas.

RESULTADOS:

A excitação ultra-sônica não influenciou estatisticamente na resistência à tração diametral dos cimentos de ionômero de vidro testados nos diferentes períodos de tempo de armazenamento. Os valores médios da resistência à tração diametral em MPa e o desvio padrão foram os seguintes para os períodos de: 1 hora (B-GC= 4,66±0,94; B-GT= 4,42±0,32; IP-GC=6,39±0,32; IP-GT=6,22±0,71; KM-GC=8,30±0,29; KM-GT=7,62±0,28; MG-GC=6,12±0,63; MG-GT=6,20±0,73; MR-GC=5,76±0,24; MR-GT=6,64±0,35; VR-GC=4,92±0,60; VR-GT=5,46±0,51; VM-GC=7,52±1,30; VM-GT=7,22±0,81), 24 horas (B-GC= 6,36±0,64; B-GT=5,14±0,45; IP-GC= 9,33±0,74;IP-GT= 9,86± 0,74; KM-GC=9,44±0,69; KM-GT=9,60±0,62; MG-GC=9,06±1,00; MG-GT=9,09±1,20; MR-GC=8,12±0,63; MR-GT=8,72±0,76; VR-GC=7,35±1,01; VR-GT=7,78±0,78; VM-GC=9,73±0,91; VM-GT=8,40±1,47) e 7 dias (B-GC= 8,68± 0,13; B-GT= 8,30±1,34;IP-GC=11,32±0,60; IP-GT=12,31±0,47; KM-GC=12,24±0,26; KM-GT=12,92±0,41; MG-GC=9,42± 0,98; MG-GT=10,85±0,68; MR-GC=8,32±0,37;MR-GT=9,10±1,85; VR-GC=9,82± 0,62; VR-GT=10,07±0,34; VM-GC=10,03±1,49; VM-GT=9,20±0,57). Anova a três critérios demonstrou que há uma interação entre: tempo vs. CIVs e ultra-som vs. CIVs. O teste de Tukey para comparações múltiplas não demonstrou diferença estatisticamente significante entre a excitação ultra-sônica vs. CIVs (p<0,005).

CONCLUSÕES:
A resistência à tração diametral dos cimentos de ionômero de vidro testados não foi influenciada pela excitação ultra-sônica.
Instituição de fomento: PIBIC-CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Cimentos de ionômero de vidro ; Resistência à tração diametral ; Ultra-som .
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006