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D. Ciências da Saúde - 9. Ergonomia - 1. Ergonomia
AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO TRABALHO EM ATIVIDADES DE PODA DE ÁRVORES NO DISTRITO FEDERAL
André Corazza Gatto 1
Nilton Cesa Fiedler 1
Airton Mauro de Lara Santos 1
(1. Universidade de Brasília - Departamento de Engenharia Florestal)
INTRODUÇÃO:
A avaliação da carga física de trabalho foi o primeiro problema tratado pela fisiologia do trabalho. Em estudos ergonômicos medem-se os índices fisiológicos com o objetivo de determinar o limite da atividade física que um indivíduo pode exercer. A carga cardiovascular corresponde à percentagem da freqüência cardíaca do trabalho, não devendo ultrapassar 40% da freqüência cardíaca do trabalho. De acordo com a freqüência cardíaca média é determinada a intensidade de trabalho. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a carga física de trabalho exigido nas atividades de podas realizadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital em Brasília – DF.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em equipes que realizam a poda de árvores em Brasília – DF. Os dados de freqüência cardíaca foram coletados durante a jornada de trabalho das equipes. Foi utilizado o sistema de coleta e análise de dados modelo Polar S 720i, Eletro Oy, da Finlândia constituído de três partes: um receptor digital de pulso, uma correia elástica e um transmissor com eletrodos. Foram estudadas diferentes operações desenvolvidas por operadores de motosserra, sendo elas: corte aéreo, corte no solo, traçamento, subida, descida e pausas previstas e imprevistas. Para estas atividades foram, determinadas a carga cardiovascular e a carga física de trabalho.
RESULTADOS:
Os resultados mostraram que os trabalhadores possuem condições antropométricas e fisiológicas distintas sendo as freqüências cardíacas diferentes para cada operador. As atividades que exigiram maior esforço físico foram, respectivamente, corte aéreo (120,4 bpm), descida (117,6 bpm), traçamento (116,3 bpm), corte no solo (111,7 bpm), subida (109 bpm) e pausas previstas (108,1 bpm), caracterizando-se como trabalho pesado. O repouso (92,4 bpm) e as pausas imprevistas (88,5 bpm) foram configurados como trabalhos leves. A freqüência cardíaca limite encontrada foi de 128 bpm, mas foram encontradas freqüências cardíacas máximas de 236 bpm durante a jornada de trabalho. A carga cardiovascular encontrada manteve-se inferior a 40% em todas as operações, mas atingiu patamares elevados em operações como corte aéreo, corte no solo e traçamento.
CONCLUSÕES:
 As tarefas que apresentaram maior carga cardiovascular foram corte aéreo (120,4 bpm), descida (117,6 bpm), traçamento (116,3 bpm), corte no solo (111,7 bpm). A carga de trabalho em algumas operações é elevada e tem picos de freqüência cardíaca muito acima da FCL, sendo necessário reorganizar o ambiente de trabalho, por meio de mudanças na forma de execução do trabalho ou introdução de pausas na jornada de trabalho.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: ergonomia; carga física de tabalho; podas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006