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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal

AVALIAÇÃO ACÚSTICA DAS NOVAS ESPÉCIES PARA UTILIZAÇÃO EM INSTRUMENTOS MUSICAIS

Ricardo Faustino Teles 1
Mário Rabelo de Souza 2
(1. Estudante de Engenharia Florestal - Universidade de Brasília/UnB; 2. Instituto Brasileiro de Recurso Naturais Renováveis - IBAMA)
INTRODUÇÃO:

O Brasil, apesar de seu tamanho e magnitude de suas florestas, não se caracteriza como um grande produtor e exportador de instrumentos musicais de madeira. Isso se deve em parte a certo tradicionalismo característico dos fabricantes e luthiers de instrumentos musicais que utilizam uma pequena quantidade de madeiras, as quais têm seu uso para partes específicas em todos os instrumentos. Esse tradicionalismo junto com a escassez dessas poucas espécies tem onerado significativamente o valor dessas madeiras no mercado internacional, cotado em dólar, levando as indústrias e fabricantes em todo o país a uma busca por espécies alternativas. É comprovado que o mercado brasileiro de instrumentos musicais está em constante crescimento, tanto em consumo como em produção, levando assim a essa busca imediata. O objetivo central do trabalho foi avaliar acusticamente 59 espécies florestais para a utilização em instrumentos musicais.

METODOLOGIA:

Foi feita uma seleção entre as quase 300 espécies já estudas pelo Laboratório de Produtos Florestais (LPF) de acordo com suas propriedades anatômicas, físicas e mecânicas. As espécies selecionadas foram analisadas quanto as propriedades acústicas, de acordo com o método de vibração forçada proposta por HEARMON (1968), e determinada a freqüência natural de vibração, o decaimento logarítmico e a velocidade de propagação sonora de cada espécie.

RESULTADOS:

Os resultados encontrados foram satisfatórios, com valores bem próximos aos encontrados na literatura (HEARMON,1968). A freqüência natural de vibração das amostras variou de 145,3 a 207,3 Hz, com desvio padrão igual a 15,10. O decaimento logarítmico variou de 0,016 a 0,037 com desvio padrão igual a 0,005 e a velocidade de propagação sonora variou de 3553 a 5358 m/s com desvio padrão igual a 352.

CONCLUSÕES:

As espécies estudadas apresentaram excelentes resultados acústicos quando comparadas com espécies tradicionalmente conhecidas como maple e spruce. Entretanto, para uma melhor elucidação dos resultados é necessária a fabricação de instrumentos acabados com diversas combinações possíveis de espécies por partes dos instrumentos, e também testes práticos com músicos e profissionais da área. Deve-se ressaltar ainda que esta seleção não é um critério definitivo para a escolha de uma espécie para a fabricação do instrumento, e sim, um indicativo de sua potencialidade.

Instituição de fomento: IBAMA
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: madeiras da Amazônia; instrumentos musicais; propriedades acústicas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006