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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 5. Economia Internacional

O SETOR EXTERNO DA ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO DE 1994-2004

Diego Fernandes Emiliano Silva 1, 3
Rosa Maria Marques 2, 3
(1. Curso de Economia; 2. Profª. Dra. / Departamento de Economia; 3. Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuarias / FEA-PUCSP)
INTRODUÇÃO:

O presente trabalho procura estudar o "Setor Externo da Economia Brasileira no período 1994 a 2004". Segundo Krugman, "o comércio internacional permite a criação de um mercado integrado que seja maior que o mercado de qualquer país e, portanto, torna-se possível oferecer simultaneamente aos consumidores uma variedade maior de produtos a preços mais baixos". Na medida em que um país é aceito no mercado internacional, deveria também resultar crescimento e desenvolvimento interno. Contudo, no caso brasileiro, pelo menos no período mais recente, o aumento das exportações não tem servido para gerar ou impulsionar crescimento sustentável significativo do país. Nesse contexto, é fundamental analisar como o Brasil é afetado pelas diferentes situações da economia internacional, como está a nossa balança de pagamentos, quais as vantagens e desvantagens dos regimes de câmbio fixo e flutuante, que implicações a dívida externa geram, e principalmente, se estamos no caminho certo do desenvolvimento?.

METODOLOGIA:

Para a realização da pesquisa foi feito um levantamento das principais teorias explicativas da problemática do setor externo. Essas teorias foram fundamentais para dar o embasamento teórico necessário para opor diferentes interpretações teóricas sobre as questões relativas ao setor externo brasileiro. A partir da leitura da literatura já disponível, foi analisado o período 1994 a 2004 no que se refere as contas externas da economia brasileira. Como esse período apresenta regimes de câmbio diferentes, tentou-se destacar as vantagens e desvantagens associadas a cada regime. Informações complementares, para tratamento de séries históricas, foram buscadas principalmente junto aos sites do Banco Central e do IPEA (Instítuto de Pesquisa Econômica Aplicada).

RESULTADOS:

Foram observados os seguintes resultados: i) possível divisão do BP em 4 grandes períodos: 1968-1982 (crescimento e inversão); 1982-1990 (crise da dívida e recessão econômica acentuada); 1990-2002 (orientação de políticas macroeconômicas de cunho neoliberal e o Governo FHC (1994)); 2002- (Governo Lula e aprofundamento das políticas adotadas no 2º Governo FHC (1998)); ii) problemática da dívida externa pós 1982; iii) estagnação da economia na década de 1980; iv) planos ortodoxos e heterodoxos de ajuste de inflação; v) consenso de Washington e políticas neoliberais na década de 1990; vi) implantação do Plano Real e deterioração dos indicadores sociais.

CONCLUSÕES:

O balança comercial apresenta, em quase todo período, um fraco desempenho. Entretanto, a partir dos anos 1990, observa-se uma mudança estrutural na economia brasileira, gerada por: i) abertura comercial, políticas neoliberais, e no regime de câmbio fixo, um Real valorizado beneficiando as importações; ii) necessidade de saldos positivos nas contas correntes para saldar a balança de serviços, principalmente pelo encargo dos juros e amortizações da dívida, entretanto com um câmbio valorizado e a diminuição das exportações temos o fator limitante do nosso crescimento na primeira metade da década de 1990, além de um aumento da dívida externa, sendo então abandonado o câmbio fixo e adotado o câmbio flutuante, à partir de 1999; iii) temos também uma fraca participação no mercado internacional, sendo está inferior a 1%; iv) com esse cenário constatamos um acréscimo substancial de nosso passivo externo, além de uma grande vulnerabilidade da economia brasileira, orientada em parte por políticas macroeconômicas falhas no setor externo.

Instituição de fomento: PIBIC-CEPE
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Balanço de Pagamentos; Dívida Externa; Taxa de Câmbio.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006