A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais |
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BUSCA DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS BIOATIVOS DE KIELMEYERA E SYMPHONIA (CLUSIACEAE). |
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Larissa Mascarenhas Andrade 1 |
Moacir dos Santos Andrade 1 |
Valéria Regina de Souza Moraes 1 |
Paulo César de Lima Nogueira 1 |
Glaucius Oliva 2 |
Otávio Henrique Thiemann 2 |
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(1. METABIO, Departamento Química, CCET, Universidade Federal de Sergipe (UFS).; 2. Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), São Carlos – SP.) |
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INTRODUÇÃO: |
O Estado de Sergipe é caracterizado por vegetação típica de caatinga, mas também por remanescentes de Mata Atlântica, incluindo mangues e restingas, com muitos elementos do Cerrado do Brasil Central e de vegetação rupestre ainda pouco explicada. Nestes ambientes, encontram-se plantas de reconhecida atividade biológica pela população local, bem como espécies ainda desconhecidas pela ciência, tanto do ponto de vista botânico, químico e farmacológico. A seleção de plantas a partir de informações da medicina tradicional pode conduzir à descoberta de moléculas promissoras, especialmente quando se trabalha com espécies das regiões tropicais e subtropicais do planeta, ricas em diversidade botânica e química. A família Clusiaceae compreende 47 gêneros e mais de 1000 espécies distribuídas em 6 subfamílias todas com representantes no Brasil. O gênero Kielmeyera é endêmico na América do Sul com algumas espécies sendo utilizadas pela população no tratamento de leishmaniose, esquistossomose, malária e infecções por fungos e bactérias. A falta de informação sobre a composição química de Kielmeyera rugosa Choisy (Clusiaceae), nos motivou a estudar esta espécie. No presente trabalho, apresentamos o isolamento de uma 4-propilcumarina obtida a partir das folhas de K. rugosa e os resultados da avaliação do potencial leishmanicida e tripanocida do extrato e das frações obtidas da partição clorofórmio do extrato metanólico das folhas desta espécie. |
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METODOLOGIA: |
As folhas de K. rugosa foram coletadas numa área de restinga próxima ao Rio Pomonga em Santo Amaro das Brotas-SE. O material seco e moído (163,71 g) foi extraído com metanol. O extrato bruto obtido (31,46 g) foi dissolvido em CH3OH/H2O (4:1) e particionado com clorofórmio (2,47 g). Parte do extrato metanólico partição clorofórmio (1,19 g) foi submetido à cromatografia por adsorção em coluna de sílica gel, eluída com hexano:AcOEt em diferentes proporções. Para acompanhamento da purificação dos compostos, utilizamos a cromatografia em camada delgada analítica (CCD) com indicador de fluorescência em UV254. A identificação das substâncias foi baseada na análise dos dados espectroscópicos obtidos pela técnica de Ressonância Magnética Nuclear 1H e 13C e DEPT 135° (CDCl3, 11,75 Tesla). Os ensaios bioquímicos frente às enzimas APRT de Leishmania donovani e GAPDH de Trypanosoma cruzi basearam-se na medida espectrofotométrica de AMP formado em 60 segundos a 259 nm e de NADH formado em 30 segundos a 340 nm, respectivamente. |
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RESULTADOS: |
Em reunião anterior, relatamos o isolamento de uma 4-fenilcumarina (F1, CL50 = 4,3602 µg/mL) e de uma mistura contendo duas 4-propilcumarinas isoméricas (F2, CL50 = 0,0680 µg/mL) a partir do fracionamento biomonitorado através do teste de letalidade com Artemia salina do extrato metanólico partição hexano dos frutos de K. rugosa. Em continuidade ao estudo fitoquímico desta espécie, a partição clorofórmio do extrato metanólico das folhas de K. rugosa foi submetida à cromatografia de adsorção em sílica gel, o que rendeu 36 frações, dentre as quais as frações A19, A21 e A25 foram submetidas à análise por RMN 1H e 13C e DEPT 135°. A elucidação estrutural da fração A21 (38,9 mg, p.f.= 92,6º-95,8º) através dos dados espectrais, nos permitiu afirmar se tratar de uma outra 4-propil cumarina [7-hidroxi-8-(2-metil-1-oxobutil)-2’-(2- hidroxiisopropil) dihidrofurano-(5’,4’:5,6)-4-propil cumarina]. Os resultados da atividade inibitória frente à enzima APRT de L. donovani revelaram que as frações A22, A23 e A34 apresentaram os melhores valores de inibição (80%, 83% e 82%, respectivamente). Por outro lado, os resultados dos valores de inibição das amostras frente à enzima GAPDH de T. cruzi mostraram-se significativos para o extrato bruto das folhas de K.rugosa (89,5%), enquanto os melhores resultados para as frações foram apenas moderados (60% para a fração A22 e 55% para A23). |
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CONCLUSÕES: |
Até o momento, foi possível a identificação de uma outra 4-propilcumarina, inédita no gênero, a partir da partição clorofórmio do extrato metanólico das folhas de K. rugosa. Diante dos resultados obtidos e dos relatos da literatura sobre atividades leishmanicida e tripanocida de diversos derivados de cumarinas, podemos sugerir que K. rugosa trata-se de uma planta em potencial na busca de drogas mais efetivas e menos tóxicas para a Doença de Chagas e Leishmaniose. |
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Instituição de fomento: FAP-SE, PIBIC, COPES/UFS, CNPq.
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Kielmeyera rugosa; atividade biológica; 4-propil cumarina. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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