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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
PREVININDO A DESNUTRIÇÃO INFANTIL UTILIZANDO ALIMENTOS REGIONAIS
Mariana Cavalcante Martins  1
Mirna Albuquerque Frota  2
Larissa Coelho Barbosa 3
Conceição de Maria de Albuquerque  1
Rita de Cássia Andrade Neiva Santos  4
(1. Departamento do Mestrado em Educação em Saúde / UNIFOR; 2. Prof. Dr. Orientador. Departamento do Mestrado em Educação em Saúde / UNIFOR; 3. Departamento de Graduação em Enfermagem / UNIFOR.; 4. Prof. Mestre. Departamento de Medicina / UECE.)
INTRODUÇÃO:

Os alimentos regionais possuem alto valor nutritivo, fácil acesso e baixo custo sendo uma fonte de alimento rico em nutrientes necessário para um crescimento e desenvolvimento satisfatório de uma criança, tornando-se uma nova forma de alimentação saudável principalmente para as famílias de baixa renda que necessitam de alimentos, sendo esta uma ação básica indisponível de forma eqüitativa, para famílias que residem na zona rural. Teve como objetivos identificar, junto às mães, fatores que interferem na adequada utilização dos alimentos regionais de alto valor nutritivo; investigar a situação nutricionais/hábitos alimentares de crianças de baixo peso e/ou desnutridas e propor estratégias de educação em saúde, evidenciando a importância da utilização dos alimentos regionais como meio de prevenção da desnutrição infantil.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo descritivo de caráter exploratório, do tipo pesquisa-ação onde foi  desenvolvida em uma comunidade assistida por uma Unidade Básica de Saúde da Família no município de Maranguape – Ceará, com 15 mães de crianças que têm ou que tiveram filhos em situação de risco nutricional (baixo peso e/ou desnutridas), baseado no cartão da criança no período de 2000 à 2004. As coletas dos dados tiveram três momentos durante o período de fevereiro a maio de 2005, onde primeiramente foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas (questões diagnósticas), no segundo momento iniciava-se com a explanação dos valores nutritivos de cada alimento que seria utilizado, e em seguida eram desenvolvidas as oficinas educativas. No terceiro e último momento foram realizadas entrevistas (questões norteadoras), abordando a contribuição das oficinas para alimentação da criança. Foi realizada a análise temática na qual emergiram as categorias: Come o que têm, Gosta de comer bagulho, Alimentação de Baixo Custo e Fácil Acesso.

RESULTADOS:

Observou-se que a alimentação utilizada pelas crianças antes das oficinas educativas era deficiente em nutrientes, com baixo teor energético por ser uma alimentação baseada em condimentos, bagulhos, farináceos na preparação dos mingaus como a arrozina, não sendo evidenciado a utilização de vegetais, e pouco utilizava as frutas e alimentos regionais que são característicos e de fácil acesso na zona rural, na alimentação diária dos filhos, relacionada com a precária situação econômica, que estas estão inseridas. Portanto, as oficinas auxiliaram na compreensão das necessidades individuais, revelando que a vida familiar é complexa e repleta de relutâncias; assim o esforço que essas mães fazem para melhorar a saúde dos seus filhos é significativo, onde pode despertar o interesse na utilização de receitas com alimentos regionais que até então eram desconhecidas, pois além delas possuírem grande parte dos alimentos utilizados, a receita beneficia toda a família, incluindo o principal alvo a criança que possui déficit nutricional.

CONCLUSÕES:

A partir desta realidade os profissionais de saúde devem despertar sua criatividade e sensibilidade evidenciando a melhoria da qualidade de vida da comunidade, promovendo mudanças através da utilização dos alimentos regionais enfatizando o fácil acesso, o alto valor nutritivo e principalmente o baixo custo destes alimentos “esquecidos” pela população da zona rural, juntamente com a participação da família como incessante aprendiz e responsável pela saúde do filho, onde poderá ser o desfecho para a redução da desnutrição, conseqüentemente da mortalidade infantil. Para tanto é preciso haver políticas de saúde, estratégias e programas de governo que garantam a produção e comercialização de alimentos acessíveis para as classes sociais em geral, juntamente com empregos e remuneração adequada, assegurando a possibilidade de consumo suficiente de alimentos pela população, como também direito às ações básicas de saúde, como moradia, alimentação, saneamento, educação e saúde, possibilitando condições essenciais para um bom estado de saúde e nutrição.

Instituição de fomento: Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Desnutrição Infantil; Alimentos Regionais; Educação em Saúde.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006