O Botryosphaeria rhodina é um fitopatógeno ligninolítico que produz lacases constitutivamente, as quais podem ser fortemente induzidas na presença de álcool veratrílico (álcool 3,4-dimetóxibenzílico, AV). Estudos anteriores demonstraram que o B. rhodina foi capaz de crescer na presença de vários compostos aromáticos, tais como catecol, guaiacol, ácido verátrico e veratraldeído. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de lacases e o potencial de degradação do referido fungo crescido em diferentes concentrações de ácido abiético e 2,5-xilidina.

O B. rhodina foi cultivado em frascos de Erlenmeyer de 125 ml, previamente modificados com quatro inserções laterais, contendo meio mínimo de Vogel, glucose (10 g/l) e ácido abiético (4,0; 6,0; 10,0; 20,0 mM) e 2,5-xilidina (1,0; 2,0; 4,0; 6,0 mM), separadamente. Os frascos foram mantidos a 180 rpm e 28°C, durante 4,5 dias.  A avaliação da degradação dos compostos estudados foi realizada através da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE).

Cerca de 100% de ácido abiético foi consumido nos cultivos com as concentrações de 4 e 6 mM e de 25% naqueles com 1 mM de 2,5-xilidina. O 2,5-xilidina foi mais tóxico do que o ácido abiético em todas as concentrações estudadas. A adição de ambos os compostos diminuiu significativamente a produção de biomassa fúngica e de lacases pelo microrganismo.