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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal

CARACTERIZAÇÃO DE CHAPAS DE FIBROCIMENTO LIVRES DE AMIANTO PRODUZIDAS COM FIBRAS KRAFT REFINADAS DE BAMBU (B. vulgaris)

Mírian de Almeida Costa  1
Divino Eterno Teixeira  2
(1. Universidade de Brasília/UnB; 2. Laboratório de Produtos Florestais/LPF - IBAMA )
INTRODUÇÃO:

O fibrocimento é um dos materiais de construção mais utilizados em todo o mundo, devido às características técnicas excepcionais que as fibras de amianto conferem ao cimento. Porém, o uso de chapas de fibrocimento tornou-se um problema que vem se agravando não somente no Brasil como no mundo. Estudos médicos associaram o uso de materiais que continham fibras de amianto a algumas doenças pulmonares, como a mesotelioma e a asbestose, que são tipos de câncer. Atualmente, estuda-se o uso de fibras alternativas, principalmente, fibras de celulose provenientes da madeira em substituição à fibra de amianto. E o bambu, com um ciclo curto de corte, renovável, perene e de rápido crescimento, tem alcançado altos valores de rendimento e resistência. Essas fibras de celulose poderiam ser uma alternativa para o Brasil, que tem o clima tropical adequado para a produção de centenas de espécies, o que possibilitaria seu uso para o fibrocimento. Este estudo tem como principal objetivo a busca técnica com vista à substituição da fibra de amianto por um material menos nocivo, como o bambu, mantendo, entretanto, as mesmas particularidades e custo.

METODOLOGIA:

Foram feitas chapas com 8% de fibras refinadas a 300, 400, 500 e 600 CSF, cada tratamento com três repetições. Para isto, as fibras foram desassociadas no desintegrador DSG – 2000 e a elas adicionados cimento, microssilica e kaolin, depositados em um funil de Büchner com tela de aço inox e aplicado vácuo, que retirou o excesso de água antes de se levar este colchão resultante para a prensagem por 20 minutos. Para a análise de resistência das chapas, foram feitos os testes mecânicos de flexão para a obtenção do MOR e MOE com a máquina universal de ensaios Instron, além dos testes físicos de inchamento em espessura e absorção de água após 2 e 24h, além do teor de umidade.

RESULTADOS:

As densidades das chapas foram iguais entre os tratamentos, indicando que a variação entre as propriedades deve-se ao nível de refino. As chapas de 300 CSF tiveram os menores índices de inchamento (0,076%) e absorção (27,6%). Estas também mostraram-se mais resistentes nos testes de MOR e MOE, com médias de 70,34 kgf/cm2 e 35.034kgf/cm2 respectivamente. As chapas de 500 CSF foram as de menor resistência, com médias de MOR e MOE igual a 62,24 kgf/cm2 e 32.183 kgf/cm2 respectivamente, além de terem os maiores valores de inchamento (0,24%) e absorção (30,88%).

CONCLUSÕES:

No geral, obtiveram-se resultados satisfatórios nos testes físicos e mecânicos, com pequenas variações. Porém de maneira inversa ao refino das fibras presentes nas chapas, ou seja, quanto menos refinadas, mais adequadas às diversas finalidades do fibrocimento.

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Pesquisas/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: chapas de fibrocimento; bambu refinado; fibras de celulose.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006