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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
QUALIDADE DE MASSA DE FORRAGEM NOS ESTRATOS DE COASTCROSS (Cynodon dactylon (L.) Pers ) CONSORCIADA COM Arachis pintoi COM E SEM NITROGÊNIO
Jefferson Soares Domingues  1
Ulysses Cecato  1
Wagner Paris  1
Ana Patricia Rossa  1
Glauber Fakir  1
Sandra Galbeiro  1
(1. Departamento de Zootecnia / UEM)
INTRODUÇÃO:

O desempenho animal a pasto é altamente correlacionado com o consumo de forragem, uma vez que é a fonte de nutrientes para o animal. O conhecimento sobre a forragem consumida em pastejo é de suma importância, onde espera-se que a quantidade de forragem consumida aliada à sua qualidade, satisfaça totalmente ou em grande parte as exigências dos animais, observando que eles têm habilidade para pastejar seletivamente as folhas e porções de colmos menos maduros da pastagem, (Roth et al. 1984).

A adubação nitrogenada de pastagens tropicais eleva sobremaneira a produção de matéria seca das forrageiras (Cecato et al, 1998) e o teor de proteína bruta da matéria seca (Minson, 1990). Outros trabalhos mostram resultado positivo desse elemento na produtividade de gramíneas forrageiras (Cecato et al. 1998; Herrera & Hernandez 1985). Uma forma de fornecimento de nitrogênio para às pastagens  é por meio do uso de pastagens consorciadas, uma tecnologia ainda pouco utilizada no Brasil tropical, devido a limitadas informações sobre seu manejo, espécie mais apropriada a consorciar com cada gramínea e mais apropriada a cada ambiente climático. Além dos aspectos quantitativos, é de suma importância o estudo da composição química e da matéria seca nos diferentes estratos da pastagem, a fim de conhecer a qualidade do material de maior acesso ao consumo dos animais, entretanto, há poucos estudos relacionados aos estratos das pastagens.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido na Estação Experimental do IAPAR, município de Paranavaí, em área já estabelecida, com grama Coastcross exclusiva e consorciada com araquis que contém, aproximadamente, 5,3 ha e divididos em oito piquetes de, aproximadamente, 6.500 m2 cada. Sendo utilizado no experimento um delineamento experimental inteiramente casualizado com duas repetições, constituindo os tratamentos: T1= Coastcross + araquis; T2= Coastcross + araquis com 100 kg/ha/ano de N; T3= Coastcross + araquis com 200 kg/ha/ano de N; T4= Coastcross com 200 kg/ha/ano de N.

A determinação da densidade de forragem da consorciação foi estimada através da coleta de quatro amostras de 0,50 m2, a cada 28 dias, estratificada, a cada 7cm do solo, (0 - 7cm; de 7 - 14cm; de 14 - 21cm e acima de 21cm), sendo representativa de cada piquete amostrado, baseados na técnica descrita por Houderbaun & Sollenberg (1992).

O material oriundo da coleta foi separado em lâmina foliar (altura da lígula), bainha + colmo verde e material senescente. Onde, o material, pertencente às diferentes frações da planta, foi seca em estufa com 55ºC (ar forçado), e moído para análises, obtendo-se relação lâmina/folha, pelo o quociente entre o peso seco das lâminas e dos colmos, respectivamente. As analises realizadas foram para o teor de proteína bruta conforme AOAC (1984) e de fibra em detergente neutro segundo a metodologia de Van Soest (1994). As características foram analisadas pelo Teste Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS:

Quando se compara por tratamento o teor de proteína da pastagem, das lâminas foliares, e da fração bainha+colmo verde, foi maior para os tratamentos que receberam a adubação nitrogenada, com média de 20,13% e 10,55% respectivamente, contra 16,96% e 9,09% para o tratamento sem adubação, confirmando a importância da aplicação de N às pastagens quando se deseja o incremento e a melhora da qualidade de massa de forragens, principalmente com relação à proteína (Cecato et al. 1994). Já para o araquis não foi observado diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos para os teores de proteína bruta (média de 20%), em nenhum dos estratos. Para os estratos da pastagem, independente dos tratamentos avaliados, os teores de proteína bruta nas lâminas foliares e no araquis não tiveram diferença significativa (p<0,05), sendo o teor médio de 18,93% para a lâmina foliar e 19,58% para o araquis.

Para o teor de fibra em detergente neutro (FDN), observa-se que não houve diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos, para lâminas foliares e fração bainha+colmo verde para os estratos superior e inferior. Já no estrato intermediário o menor teor de FDN, para lâmina foliar, foi no tratamento CA+200, com 63,16% e maior para o tratamento CA+0, com 65,30%, onde o uso de nitrogênio contribuiu para a redução de fibra em detergente neutro da forragem, conforme relatado por. Para o araquis não foi observado diferença (p<0,05) no teor de FDN entre os tratamentos e altura, com média de 52,75%.
CONCLUSÕES:
Os tratamentos que continham nitrogênio apresentaram valores superiores de proteína e inferiores de FDN quando comparados ao sem nitrogênio. O tratamento sem nitrogênio apresentou bom valor nutritivo à pastagem quando comparado ao tratamento sem Araquis pintoi, mostrando o efeito desta leguminosa na fixação de nitrogênio.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: estrato; proteína; colmo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006