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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População

REDUÇÃO DA PREVALÊNCIA DE ANEMIA APÓS 24 M EM PRÉ-ESCOLARES RESIDENTES EM BOLSÕES DE POBREZA DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS, SP.

Daniela de Assumpção  1
Camila Pugliese  1
Semíramis Martins Álvares Domene  1
Luiz Maria Pinto  2
(1. FACULDADE DE NUTRIÇÃO PUC-CAMPINAS; 2. FACULDADE DE MEDICINA, PUC-CAMPINAS)
INTRODUÇÃO:

A anemia ferropriva é a principal carência nutricional no Brasil e no mundo, e ações dirigidas para minimizar seus efeitos trazem grande benefício ao sistema de saúde e à sociedade. A avaliação da dieta dirigida a cada estágio da vida deve considerar as características particulares de cada um, especialmente para o direcionamento de políticas na área. Nosso grupo, em parceria com gestores públicos do Programa Nacional de Alimentação Escolar no município, já demonstrou que há 56% de anemia (Hb < 11,5 g/dL), sendo 16% na forma grave (Hb < 9,5 g/dL), entre pré-escolares de 6 a 24 meses atendidos por creches em bolsões de pobreza. O objetivo deste trabalho é avaliar a magnitude da carência de ferro em pré-escolares de 25 a 72 meses, atendidos pelo mesmo programa, e residentes em bolsões de pobreza.

METODOLOGIA:

Fez-se a dosagem da hemoglobina empregando-se o equipamento portátil HEMOCUE, com as crianças em jejum. Alíquotas de 10 mL de sangue foram coletadas para análise de ferro sérico - FS, e capacidade total de ligação do ferro - CTLF. Estimou-se o consumo de ferro por pesagem direta dos alimentos fornecidos em cinco refeições subsidiadas pelo Programa de Alimentação Escolar, em data distinta. Aplicou-se recordatório de 24 horas para a quantificação do consumo domiciliar, em entrevista com o responsável.

RESULTADOS:

Neste estágio de vida, a anemia está presente em 22% dos meninos e 16% das meninas (11,8 ± 1,2 g/dL e 12,0 ± 1,3 g/dL respectivamente, p = 0,5171), com apenas 2% na forma grave, entre meninos. A eficiência da eritropoiese, avaliada pela estimativa da saturação da transferrina – ST (FS / CTLF x 100) mostrou valores baixos (<10% ST) para 20% dos meninos e menos de 10% das meninas (ST = 17,6 ± 7,4 % e 19,6 ± 9,3 % respectivamente, p = 0,554). O consumo de ferro é melhor entre meninas, uma vez que 73% apresentam valores de ingestão adequados, contra 51% dos meninos, embora sem diferença significativa no consumo médio (8,7 ± 4,3 mg e 9,4 ± 4,8 mg, respectivamente, p = 0,3424), devido à grande variabilidade interindividual observada.

CONCLUSÕES:

Embora ainda importante, a prevalência da anemia é menor após os 24 meses de idade entre pré-escolares atendidos no município, o que deve direcionar atenção para o uso compartilhado dos recursos, considerando a maior gravidade observada no estágio de vida anterior. O estudo prossegue com a avaliação das fontes alimentares de ferro heme e não heme, com vistas à estimativa da absorção esperada.

Instituição de fomento: FAPESP
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: ferro; biodisponibilidade; anemia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006