A mamona no Nordeste brasileiro vem sendo cultivada há décadas e recentemente, a cultura ganhou um novo incentivo, com a possibilidade do uso do seu óleo na produção do biodiesel, um combustível alternativo e renovável. O seu consumo interno aumentou consideravelmente nestes últimos anos, havendo, portanto, a necessidade do aumento da área de plantio e consolidação da posição de maior produtor mundial de mamona. Assim, torna-se necessário melhorar o desempenho agrícola, utilizando tecnologias mais adequadas de adubação, práticas culturais e escolha de variedades mais produtivas e de melhor rendimento de óleo. Em Alagoas, o governo estadual tem procurado difundir o agronegócio da mamona na região semi-árida, porém, ainda não se tem um resultado definido, em termos de pesquisa agronômica para essas condições e para a Zona da Mata, principalmente com relação a cultivares mais adaptadas e produtivas. Desta forma, esse projeto visou avaliar o desempenho agronômico de duas cultivares, BRS 188 (Paraguaçu) e BRS 149 (Nordestina), no município de Rio Largo - AL.

O experimento foi conduzido, na Área Experimental do Campus Delza Gitaí (CECA-UFAL), com coordenadas geográficas de referência: Latitude Sul 9^o 29’ 45”, Longitude Oeste 35^o 49’ 54”, altitude do local de 165 metros, com 3% de declividade. Os tratamentos consistiram do cultivo solteiro das duas variedades de mamona, em sistemas de preparo convencional do solo, com os tratamentos dispostos em blocos inteiramente casualisados, com quatro repetições, sendo a área de cada parcela 120 m². O solo da área experimental foi analisado e de posse dos resultados, aplicou-se calcário na dose de três toneladas por ha, quantidade suficiente para elevar a saturação por base para 70%. A seguir, o solo foi arado e gradeado e um mês após realizou-se a semeadura, distribuindo-se, manualmente três sementes por cova, espaçadas de três metros entre linha e um metro entre plantas (3,0 m x 1,0 m), desbastando-se quatro semanas depois, deixando-se apenas uma planta. O desempenho das cultivares foi avaliado pela germinação, por dados do crescimento vegetativo e reprodutivo, bem como pelo o rendimento das sementes e pelo o potencial produtivo no primeiro ano de cultivo. O rendimento é a percentagem do peso das sementes em relação ao peso total dos frutos. O potencial produtivo é a estimativa em kg.ha^-1 decorrente do cálculo da produtividade da parcela.

A capacidade de germinação das variedades Nordestina e Paraguaçu foram de 78,0 e 91,0 %, respectivamente, avaliada aos 30 dias. As variedades foram classificadas como de porte médio, pois apresentaram valores entre 2,00 e 2,50 m, segundo classificação da literatura. O tipo de ramificação, observado no final do ciclo, durante a maturação dos últimos racemos, para ambas as variedades apresentaram a forma de taça. O comprimento dos racemos e o número de frutos/racemo da Nordestina e Paraguaçu ficaram abaixo da média, com valores de 20,2 e 19,8 cm; 28,5 e 27,4 cm, respectivamente. Com relação à produtividade, como a região de Rio Largo está abaixo da altitude ótima para o bom desenvolvimento da cultura, a produtividade ficou abaixo da média economicamente viável que é de 1.500 kg.ha^-1.

As sementes utilizadas nos experimentos apresentaram boa capacidade de germinação; a cultura da mamona apresentou, de forma geral, aspectos morfológicos semelhantes aos da literatura com relação às características das variedades avaliadas; a produtividade das variedades Nordestina e Paraguaçu ficaram muito abaixo da média; a altitude, a temperatura e também a época correta de plantio são fatores essenciais para o sucesso da cultura da mamona.