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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 7. Saúde Materno-Infantil
ANÁLISE DO FLUXO PELO ISTMO AÓRTICO EM FETOS DE MÃES DIABÉTICAS
Rafaella Petraco 1
Renato Frajndlich 1
Luiz Henrique Nicoloso 1
João Luiz Manica 1
Antonio L. Piccoli Jr 1
Paulo Zielinsky 1
(1. Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / FUC)
INTRODUÇÃO:

O istmo aórtico é responsável pelo direcionamento do fluxo para a artéria cefálica e as demais artérias que irrigam as partes superiores do organismo e para a aorta descendente e a circulação umbilical durante a vida fetal, constituindo-se no único “shunt”verdadeiro da circulação fetal. Sob condições normais, pode-se observar fluxo anterógrado sistólico e diastólico através do istmo aórtico. Em situações de insuficiência placentária, entretanto, pode haver um fluxo diastólico reverso, com conseqüente redução do fluxo pelo istmo e com débito ventricular direito aumentado. Estudos prévios de nosso grupo com fetos de mães diabéticas observaram alterações em parâmetros de função diastólica relacionadas a um diminuição da complacência ventricular esquerda decorrente de hipertrofia miocárdica septal. Essa alteração permite inferir que o fluxo pelo istmo aórtico pode apresentar-se alterado. O presente estudo tem por objetivo avaliar o  índice de fluxo ístmico (IFI)  em um grupo de fetos de mães diabéticas, comparando-o com um grupo controle.

METODOLOGIA:
Foram avaliados 14 fetos de mães diabéticas (grupo I) e 31 fetos controles (grupo II) submetidos a exame ecocardiográfico em um centro terciário de cardiologia fetal. O índice de fluxo ístmico foi obtido por Doppler pulsado e calculado dividindo-se a soma das integrais velocidades-tempo (VTI) dos fluxos sistólico e diastólico pelo VTI do fluxo sistólico (S+D/S). Para a análise estatística foram comparadas as médias dos grupos pelo teste de Mann-Whitney com um alfa crítico de 0,05.
RESULTADOS:
A idade gestacional média foi de 30,50+/-7,28 semanas no grupo de mães diabéticas e de 28,41+/-0,53 semanas no grupo controle. A média do IFI no grupo I foi 1,22+/-0,12 e no grupo II foi 1,32+/-0,10 (p=0,008).
CONCLUSÕES:
O IFI é significativamente menor em fetos de mães diabéticas. A diminuição da complacência ventricular esquerda devido à hipertrofia miocárdica poderia ser responsável pelo aumento da impedância ao fluxo que se dirige ao istmo aórtico, com conseqüente diminuição do seu índice.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Cardiologia fetal; Diabete materno; Fluxo sangüíneo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006