A presente pesquisa teve por objetivo geral identificar e analisar as alterações ocorridas no trabalho e no mercado de trabalho dos assistentes sociais nas Organizações Não-Governamentais – ONGs -  do município de Aracaju, no período compreendido entre 2001 a 2004. Dentre os objetivos específicos, pode-se destacar: identificar as formas de inserção dos profissionais nas ONGs; verificar se houve ampliação ou redução de assistentes sociais nos quadros das  ONGs em estudo; identificar as relações de trabalho dos profissionais; verificar as alterações ocorridas no trabalho do assistente social no período referido; identificar as atividades desenvolvidas e as novas requisições postas para o seu exercício profissional; e detectar as principais dificuldades dos assistentes sociais. Em termos da relevância da investigação, considera-se que aprofundar os estudos sobre o trabalho e o mercado de trabalho do assistente social diante das transformações societárias contemporâneas é uma tarefa preemente, pois a profissão tem passado por alterações significativas em suas condições e relações de trabalho com novos direcionamentos sendo-lhe impostos. Para compreender tais alterações, fez-se necessária uma breve retomada das transformações recentes do capitalismo em seus aspectos políticos, econômicos e sociais para verificar as conseqüências destas para o trabalho e o mercado de trabalho do assistente social, destacando a sua inserção nas ONGs.

A investigação caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, adotando-se as abordagens qualitativa e quantitativa. No primeiro momento, foi realizado um levantamento de todos os assistentes sociais inscritos no Conselho Regional de Serviço Social de Sergipe no período de 2001 a 2004. Em seguida, realizou-se um levantamento das ONGs de Aracaju /SE através de pesquisa na Internet nos sites da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (ABONG), da Prefeitura Municipal de Aracaju, do Conselho Nacional de Assistência Social e do Conselho Municipal de Assistência Social de Aracaju-SE. Além disso, buscaram-se informações em estudos já realizados sobre ONG’s em Sergipe. A população da pesquisa foi constituída por todos (as) assistentes sociais que trabalham nas ONGs de Aracaju. A amostragem caracterizou-se como probabilística aleatória simples, compondo 48,6% da população. Para a coleta de dados utilizaram-se formulários semi-estruturados, com perguntas abertas e fechadas. Após essa fase, utillizou-se o gerenciador de banco de dados Epiinfo 3.22 para a entrada dos dados obtidos. Na seqüência, os dados foram inseridos em tabelas e gráficos, viabilizando a quantificação e posterior análise. Cabe ressaltar que durante todo o período da investigação foi realizada pesquisa bibliográfica sobre o tema em exame.

Através dessa pesquisa foi possível identificar e analisar as alterações ocorridas no trabalho e no mercado de trabalho dos assistentes sociais do município de Aracaju/SE (2001 – 2004). Quanto à forma de inserção dos profissionais, predominou a indicação/convite. Sobre o tipo de vínculo empregatício, a maioria encontra-se sob forma de contratos com carteira assinada. Tais dados reforçam a desregulamentação das relações de trabalho e contrariam a tendência de um número elevado de voluntariado nas ONG’s. Verificou-se que houve um crescimento considerável na inserção destes profissionais nos espaços sócio-ocupacionais em pauta. A respeito da caracterização institucional, verificou-se o encargo da sociedade civil para com a manutenção das ONG’s e destacou-se o papel essencial do setor público no direcionamento de recursos, ficando nítida a publicização dos serviços sociais no sentido da transferência de responsabilidades do Estado para a sociedade civil. O assistente social das ONG’s aracajuanas almeja a qualificação constante, tem um certo domínio de informática, valoriza o trabalho em equipe multidisciplinar, seguindo os redimensionamentos contemporâneos postos à profissão. Constatou-se que a principal dificuldade no exercício profissional diz respeito à falta de recursos financeiros, sendo esta uma das marcas das ONG’s. Por fim, os dados traduzem tendências importantes do estudo do trabalho e do mercado de trabalho dos assistentes sociais nestas organizações.