Arnica (Lychnophora ericoides) da família Asteraceae é uma espécie endêmica na região dos cerrados, habitando principalmente regiões montanhosas com afloramentos rochosos de quartzito ou arenito em Campos Rupestres, com altitudes entre 800 m e 2000m. No aspecto fármaco-terapêutico a arnica é empregada em machucados, contusões, inchaços, hematomas, atividades antitumoral, tripanocida, antimicrobiana, como antiinflamatório, aromatizador, anestésico e cicatrizante. Além disso, apresenta potencial ornamental.

 A crescente destruição dos ecossistemas através da conversão de paisagens naturais em agricultura e pastagem e do extrativismo predatório tem se constituído na principal ameaça à biodiversidade. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Botânica, a arnica encontra-se ameaçada de extinção devido ao extrativismo predatório. A crescente demanda da indústria farmacêutica em todo o mundo constitui oportunidade de uso de plantas medicinais nativas, sendo fundamental o estudo de sua propagação e o manejo sustentável. O objetivo deste trabalho foi avaliar a taxa de germinação in vitro de sementes de arnica em diferentes meios e estabelecer um protocolo para estabelecimento e multiplicação.

Os capítulos com os frutos para extração das sementes foram coletados na Fazenda Água Limpa da UnB entre os meses de março e abril de 2005. Os aquênios foram submetidos a teste densimétrico e separados em cheios e chochos. A amostra de aquênios cheios foi desinfestada com uma solução de hipoclorito 1% pelo período de 20 minutos. Já na câmara de fluxo laminar contínuo em ambiente estéril, as sementes foram extraídas e tratadas com solução de hipoclorito de sódio a 0,5% pelo período de 10 minutos. As sementes foram inoculadas em meio de cultura em tubos de ensaio, uma semente por tubo. Foram utilizados quatro meios no teste de germinação: meio MS (Murashige & Skoog, 1962) na sua concentração total e na metade de sua concentração e WPM (Wood, 1982) também em sua concentração total e na metade de sua concentração. A incubação se deu em câmara de crescimento com temperatura constante de 25°C, fotoperíodo de 12 horas e sob intensidade luminosa média de 3000lux.

Após uma semana, algumas plântulas germinadas já apresentavam radícula desenvolvida. Foi observada uma alta taxa de contaminação (54,7%) e taxa de germinação média de 75%. Desconsiderando-se os tubos contaminados, ocorreram as seguintes taxas de germinação, com bom desenvolvimento de raiz: meio MS (45%); ½ MS (60%); WPM (82%) e ½ WPM (91%). Observou-se uma maior taxa de germinação nos meios WPM e ½ WPM, que possuem baixa concentração de nutrientes e são muito utilizados para cultura de tecidos de espécies lenhosas.

Para arnica, meio de cultura com composição mais diluída de nutrientes de WPM proporcionou um melhor desenvolvimento da raiz e uma maior taxa de germinação.