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C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 3. Citologia e Biologia Celular

ESTUDO DA PATOLOGIA DA INFECÇÃO DO AgMNPV NAS LARVAS DE Anticarsia gemmatalis RESISTENTES USANDO AgMNPV RECOMBINANTE COM O GENE MARCADOR gfp

Victor Hugo da Silva Tibúrcio 1
Bruno Arrivabene Cordeiro 1
Bergmann Morais Ribeiro 1
Sônia Nair Báo 1
(1. Departamento de Biologia Celular)
INTRODUÇÃO:
O baculovírus AgMNPV infecta a lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis, e tem sido usado no controle biológico dessa larva. Pesquisas mostraram a possibilidade do surgimento de larvas extremamente resistentes à infecção oral. Para visualizar os focos de infecção utiliza-se baculovírus recombinantes contendo genes marcadores: vAgEGTDgfp que expressa uma proteína verde fluorescente, cuja expressão é vista por microscopia de fluorescência e vAgEGTDlacZ que expressa uma proteína responsável por uma coloração azul ao reagir com o substrato X-Gal. O objetivo é analisar e comparar a estrutura e a ultra-estrutura do intestino de larvas resistentes e susceptíveis durante a infecção por vAgEGTDgfp.
METODOLOGIA:
As larvas foram cedidas pela EMBRAPA/Cenargen (Brasilia-DF) e pela EMBRAPA/Soja (Londrina-PR), mantidas em dieta artificial e seu desenvolvimento monitorado. Utilizou-se os recombinantes vAgEGTDgfp e vAgEGTêlacZ. Larvas em 4° instar foram inoculadas. A dissecação e a extração do intestino foram realizadas com 3, 12, 24, 48, 72, 96 e 120 horas pós infecção (h.p.i.). Foram feitos controles onde larvas não infectadas foram dissecadas e analisadas. Intestinos foram analisados e fotografados em microscopia de luz: vAgEGTDgfp em Axiophot Zeiss e em lupa Leica equipados com fluorescência e vAgEGTêlacZ em lupa Stemi SV11 Zeiss. Intestinos infectados por vAgEGTDgfp foram processados e analisados no microscópio eletrônico de transmissão Jeol 1011.
RESULTADOS:
Larvas de linhagem susceptível e resistente foram inoculadas com o recombinante vAgEGTDgfp e  observadas em diferentes h.p.i. em microscópio equipado com fluorescência, contudo não foi observada diferenças significativas na fluorescência apresentada por essas. Ainda, outras análises utilizando apenas larvas de linhagem susceptível foram realizadas para caracterizar a fluorescência típica da expressão do gene gfp, contudo, os resultados utilizando esse recombinante não se mostraram significativos por ter sido observada fluorescência natural de tecido no intestino dessas larvas, dificultando assim o isolamento dos focos de infecção. Portanto, começou-se a utilização do recombinante vAgEGTDlacZ nos experimentos por esse conter um gene marcador cuja a observação da sua expressão não depende de fluorescência para análise da infecção. Sua expressão foi observada em vários tempos pós-infecção, mostrando resultados significativos na observação do processo infeccioso deste baculovírus no intestino das larvas de A. gemmatalis. Em larvas com 3-12 h.p.i. foram observados focos em regiões mais internas do intestino, e essa infecção não era sistêmica apresentando-se bem regionalizada, com 24-48 h.p.i. já eram observados focos mais externos, e uma maior parte do intestino apresentando focos em azul e também, o aparecimento de células do sistema traqueal infectadas; já com 96 h.p.i. observou-se uma infecção sistêmica, abrangendo também, células do sistema traqueal e túbulos de Malpighi.
CONCLUSÕES:
Esse estudo foi importante pra mostrar a difusão da infecção do baculovírus no intestino de A. gemmatalis. A observação de fluorescência natural nos tecidos dificulta a visualização da expressão da proteína GFP. Assim, a utilização do recombinante contendo esse gene demonstrou-se não eficaz para o estudo da infecção pelo isolamento de focos de infecção.  Porém, o recombinante contendo o gene marcador lacZ é mais adequado na análise de tecidos por facilitar a separação de focos de infecção.
Instituição de fomento: Capes, CNPq, FAPDF, Finatec, Finep
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Baculovírus; Anticarsia gemmatalis; vAgEGTgfp.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006