Os conceitos de autonomia, solidariedade e participação dentro do contexto escolar são parte dos trabalhos e temas discutidos, e desenvolvidos, no grupo “Imaginário, Políticas e Educação” vinculado à Base de Pesquisa Formação e Profissionalização Docente. Temos como objetivo, dando seqüência a pesquisa em desenvolvimento (SILVA, 2001,2002,2003, OLIVEIRA, 2004, BEZERRA, 2004),  analisar os sentidos desses conceitos  por 25 professores na rede pública estadual na cidade de Natal.

Consideramos que não só o docente, como as instituições educacionais devem respeitar a autonomia, a dignidade e a identidade do educando, caso contrário, o ensino não se tornará autêntico, mas palavreado vazio e inoperante (FREIRE, 2002). Nesse sentido, para assegurar o bom funcionamento da escola e sua prática à gestão democrática é necessário o desenvolvimento da participação e da solidariedade de todos os agentes educativos, internos ou externos, possibilitando o envolvimento de toda a comunidade educacional na tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. A comunidade deve estar ciente dos objetivos e metas da estrutura organizacional e de suas relações (comunidade/escola). O agir resultante caracteriza-se pela interação e troca de experiências dos profissionais, de modo que possam apoiando-se reciprocamente em seu trabalho para melhor realizarem seus objetivos educacionais. A participação e a solidariedade são princípios importantes ao desenvolvimento da autonomia. Compreendemos autonomia como sendo um processo de tensão permanente com a heteronomia. O ser humano não é um ser isolado, e sim, um ser social que sempre dependerá de alguém ou de alguma coisa, sendo assim, a verdadeira autonomia só se dará em conjunto, no trabalho coletivo-social-democrático.

No cotidiano das escolas esses conceitos contribuem para a ação social dos sujeitos/atores no espaço escolar, mas no jogo do “fazer da política” (SILVA, 2000) esses conceitos adquirem diferentes ‘faces’, tornando-se imprescindível a realização de pesquisas que os apresentem na sua duplicidade: instrumentos da ação do político e indicadores de ação coletiva.