IMPRIMIR VOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE MICRO EXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA (MEFS) NA AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAs) EM AMOSTRAS AMBIENTAIS

Gisele Pessi Legramanti 1
Ewelin Mônica. P. N. Canizares 1
Ane Cristine Maria 1
Caroline Milcharek 1
Karen Alan Leal 1
(1. Fundação Estadual de Proteção Ambiental-FEPAM)
INTRODUÇÃO:

O presente projeto tem como objetivo a caracterização de águas superficiais e efluentes líquidos, impactados por fontes de processos petroquímicos, e de poluentes atmosféricos, impactados por fontes de processos industriais e tráfego rodoviário, quanto à presença de compostos do tipo Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs). Para isso, aplicou-se a técnica de Micro Extração em Fase Sólida (MEFS) e análise via Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM). Os HPAs compreendem um grupo grande e heterogêneo de poluentes orgânicos que são emitidos através da combustão incompleta da matéria orgânica. Desses, 16 compostos entram na Lista de Poluentes Prioritários da US-EPA, devido a estudos que comprovam sua persistência ambiental, elevada toxicidade e alto potencial carcinogênico. O método de MEFS baseia-se no uso de uma fibra de sílica fundida recoberta com uma fase imobilizada que adsorve os compostos de interesse, pode ser usada para extração de compostos orgânicos de amostras aquosas e gasosas.

METODOLOGIA:

Para as amostras de ar atmosférico, o aparelho de MEFS é exposto por 12 dias nas estações de coleta de material particulado da FEPAM em modo passivo, ou seja, com a fibra recolhida, para que ocorra a adsorção dos poluentes atmosféricos, após, a fibra é inserida diretamente no CG/EM para que ocorra a dessorção térmica dos compostos de interesse. Para análise de águas superficiais e efluentes, a fibra é exposta em headspace, ou seja, a fibra é inserida em um vial, sob uma fase gasosa a uma altura determinada da fase líquida para que ocorra a adsorção dos analitos, após, a fibra é inserida diretamente no CG/EM. Usando planejamento quimiométrico, oito experimentos diferentes foram testados para estabelecer as melhores condições de análise e de curvas de calibração.

RESULTADOS:

As melhores condições de extração estabelecidas pelo planejamento quimiométrico foram: temperatura de 60°C, tempo de extração de 40 min, sem adição de NaCl, com agitação magnética e com a fibra de Polidimetilsiloxano (PDMS). Em modo passivo, foram analisadas duas amostras de ar atmosférico, extraídos na cidade de Canoas/RS e Sapucaia do Sul/RS, no primeiro ponto foi detectada a presença de naftaleno, que é um HPA volátil, com baixo peso molecular. Por headspace foram analisadas duas amostras de água superficial do Pólo Petroquímico de Triunfo/RS, onde foram detectados os seguintes compostos, nas respectivas concentrações: naftaleno (2,8 ppb), fenantreno (2,9 ppb), fluoranteno (2,3 ppb), pireno (2,3 ppb), benzo(a)antraceno (3,8 ppb) e criseno (3,2 ppb).

CONCLUSÕES:

A técnica de MEFS com fibra de PDMS mostrou-se adequada à avaliação de HPAs em amostras ambientais. Os compostos mais voláteis, com até 3 anéis aromáticos, apresentaram os melhores resultados, tanto na capacidade de extração da fibra quanto à resposta de análise cromatográfica. Já para os HPAs com 4 anéis aromáticos, a resposta foi de razoável à boa, enquanto que para os compostos com 5 anéis aromáticos ou mais, a resposta da fibra de MEFS não mostrou comportamento linear, dificultando a avaliação da variação da adsorção com o aumento da concentração. A técnica apresentou bons resultados com relação à análise cromatográfica. Atingiram-se limites de detecção baixos em nível de traços, comprovando a aplicabilidade da técnica para amostras ambientais.

Instituição de fomento: FAPERGS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: hidrocarbonetos; micro extração em fase sólida; headspace.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006