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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia

DETERMINAÇÃO DA BIOATIVIDADE DA SOLUÇÃO EXTRATIVA HIDROETANÓLICA E DE FRAÇÕES BUTANÓLICAS de Pfaffia glomerata (SPRENG.) PEDERSEN SOBRE LARVAS DE Artemia salina

Philipe Costa 1
Joana Izabela Bertoldi Froehlich 1
Luciano Soares 2
(1. Academico, Departamento Farmácia, Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE; 2. Orientador, Departamento Farmácia, Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE)
INTRODUÇÃO:

A Pfaffia glomerata, conhecida popularmente como fáfia, para-tudo ou ginseng-brasileiro, é um subarbusto ereto e rizomatoso; nativa das regiões de clima tropical no Brasil, que apresenta grande quantidade de saponinas nas raízes, utilizadas no tratamento de inflamações, perda de memória, como tônico e rejuvenescedor.

Ao longo dos últimos anos a P. glomerata vem sendo estudada pelos pesquisadores do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais “Professor Ricardo Alessandro Vieira” - NUPRAV (docentes e discentes), na UNIVILLE. Como salientado anteriormente, preparados obtidos desta planta são muito utilizados na medicina tradicional para o tratamento de diversas doenças, sendo que resultados de diversos ensaios farmacológicos comprovam alguns efeitos indicados pelos dados etnofarmacológicos.

O teste de bioatividade sobre larvas de Artemia salina é utilizado na determinação de parâmetros de qualidade para as soluções extrativas e como um screenig farmacológico preliminar.

O presente trabalho teve por objetivo investigar a bioatividade de uma solução extrativa hidroetanólica e de frações butanólicas distintas sobre larvas de Artemia salina.

METODOLOGIA:

As raízes coletadas foram analisadas quanto ao teor de umidade (PD), teor de extrativos (TE) e de cinzas sulfatadas (CS). Na preparação da solução extrativa (SE) macerou-se as raízes de fáfia (8 dias, proporção droga:líquido extrator 1:20) com solução hidroetanólica 60%, avaliando-se o Teor de Resíduo Seco (RS). Concentrou-se a SE até completa eliminação do etanol.

Obteve-se as frações butanólicas utilizadas neste estudo (FB e FBR respectivamente) por partição líquido-líquido da SE com solventes orgânicos (éter de petróleo, diclorometano, acetado de etila e n-butanol) e, pela extração da droga vegetal com metanol:água (4:1) sob refluxo, seguida de partição da SE com alíquotas de n-butanol.

O biomonitoramento da atividade larvicida da SE, FB e FBR foi realizado pela determinação da letalidade das amostras sobre larvas de Artemia salina. Ovos de artemia foram incubados em aquário (4 g de sal marinho/L de água), durante 48 horas (tempo de eclosão). Realizou-se as diluições da SE (nas concentrações 1,3; 1,6; 1,9; 2,1 e 2,4 mg/mL) e da FB e FBR (nas concentrações de 0,3; 0,4 e 0,5 mg/mL), adicionando 10 larvas em cada tubo e completando-se o volume para 5 mL. Uma solução de iodato de potássio 1mg/mL foi usada como controle positivo e água do mar artificial como branco. Após 24 horas de incubação contou-se as larvas de artemias não viáveis e o resultado foi expresso em porcentagem de letalidade. O experimento foi realizado em sextuplicata e os resultados analisados por ANOVA.

RESULTADOS:

A droga vegetal apresentou teor de umidade (PD) de 8,00±0,13% (CV=1,69%), abaixo de 14% (teor preconizado pela Farmacopéia Brasileira IV), CS de 5,78±0,23% (CV=3,97%) e TE de 55,35±1,04 (CV=1,87%). O RS da SE foi de 3,23±0,005% (CV=0,17%).

Os resultados do monitoramento da bioatividade da SE demonstraram que a maior atividade larvicida foi verificada com a concentração de 2,4 mg/mL, sendo que nesta concentração ocorreu a morte de 100% das larvas. Verificou-se ainda que as concentrações de 1,6; 1,9 e 2,1 mg/mL apresentaram atividade larvicida semelhante, com letalidade de 98% das larvas de A. salina (9,83±0,41 larvas – CV=4,15%). A dose de 1,3 mg/mL apresentou índice de letalidade de 95% (9,5±0,83 larvas CV=8,80%).

Verificou-se que as concentrações entre 1,3 e 2,4 mg/mL não apresentaram diferença estatística significativa (ANOVA) (gl=4; P=0,517; F crítico=2,76; F calculado=0,83).

No caso das frações FB e FBR, a letalidade encontrada na concentração de 0,5 mg/mL de FB promoveu a morte de apenas 75% das artemias e a concentração de 0,5 mg/mL de FBR resultou em uma mortalidade de 78% das larvas.

Por meio de análise estatística verificou-se que não houve diferença significativa entre as concentrações utilizadas no ensaio de biaotividade para as frações FB e FBR (gl=5; P=0,094; t crítico = 2,53; t calculado = 2,09).

CONCLUSÕES:

O teste de bioatividade utilizando o modelo de Artemia salina mostrou-se um método eficaz na avaliação da atividade de solução extrativa e das frações butanólicas. Verificou-se que a atividade larvicida foi mais intensa nas concentrações de 2,4 mg/mL para a SE e 0,5 mg/mL para as frações butanólicas.

Em relação à comparação entre a atividade das frações butanólica, verificou-se que independente do método de obtenção da fração, a atividade larvicida permaneceu constante, não apresentando diferenças estatísticas.

Instituição de fomento: Fundo de Amparo à Pesquisa / UNIVILLE
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Pfaffia glomerata; Fração Butanólica; Bioatividade sobre Artemia salina.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006