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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 1. Administração Geral e Gestão Estratégica
REDES DE COOPERAÇÃO: UMA ANÁLISE DE FATORES COMPETITIVOS
Jacson Luiz Mai 1
Milton Luiz Wittmann 1
Dalva Righi Dotto 1
Douglas Wegner 1
Cristina L. Eick 1
(1. Ciências Administrativas, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC)
INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento endógeno tem se tornado um modelo de desenvolvimento regional baseado em ações baseadas em processos interativos de inovações e estratégias que buscam alternativas regionais frente a mercados globalizados. A formação de alianças, parcerias e redes de cooperação passaram a constituir-se como estratégia para o aumento da competitividade empresarial, que, segundo Lorange e Roos (1996), surge em diferentes tipos de organizações que passam a ver na cooperação um importante caminho para aumentar a competitividade através do compartilhamento de informações, tecnologia, recursos, oportunidades e riscos. De acordo com Braga (1999), através de parcerias, as empresas possuem condições de suprir necessidades financeiras, técnicas e gerenciais, obter acesso a novos mercados, desenvolver novos produtos e ter acesso a novas tecnologias. Porém, para que a parceria dê resultados é necessário um amplo esforço, empenho, cooperação e comprometimento das partes envolvidas. A presente pesquisa estudou estratégias de redes de micro, pequenas e médias empresas, partindo-se de um quadro referencial teórico seguido pela coleta de dados junto a micro, pequenas e médias empresas que desenvolvem ações de cooperação, associadas a redes desenvolvidas pelo Programa Redes de Cooperação da SEDAI-RS no núcleo de Santa Cruz do Sul – UNISC.
METODOLOGIA:
A metodologia constituiu-se na realização de uma pesquisa exploratória-descritiva de levantamento dividida em duas etapas. A primeira etapa foi efetuada junto à 44 micro, pequenas e médias empresas localizadas em Santa Cruz do Sul participantes do Programa Redes de Cooperação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (SEDAI) do Estado do Rio Grande do Sul no núcleo de Santa Cruz do Sul assessoradas pela Universidade de Santa Cruz do sul – UNISC. Na segunda etapa constituiu-se de uma investigação com consumidores de supermercados pertencentes a redes empresariais de varejo alimentício e atuantes em Santa Cruz do Sul, cuja amostra inicial inserida neste relatório foi de 94 questionários. A tabulação e análise dos resultados foram feitas tabulações com a utilização do SPSS e utilização de instrumentos descritivos associados a mecanismos derivados da lógica da matemática. A Hipótese da pesquisa foi em comprovar que ações de cooperação empresariais constituem-se em alternativa de aumento de desempenho e competitividade empresarial. O desenvolvimento das etapas de pesquisa foram antecedidas pela coleta de dados secundários através de pesquisa documental em trabalhos científicos, arquivos públicos, particulares, fontes estatísticas e pesquisa junto ao núcleo de redes de cooperação e redes de micro, pequenas e médias empresas de Santa Cruz do Sul, seguida pela obtenção de dados primários através de pesquisa de campo.
RESULTADOS:
Na pesquisa realizada com empresários participantes redes de empresas do Programa Redes de Cooperação do Estado do RS, constatou-se que 65,9% das empresas possuem até 5 funcionários. Em relação às melhorias proporcionadas às empresas pela participação na rede, 15,9% dos empresários entrevistados atribuíram a nota 4 (nota máxima) aos itens gestão da empresa e menores preços nas compras e 18,2% atribuíram nota 4 ao item atendimento a clientes. Quanto às características do setor de atuação da rede, 63,6% dos empresários entrevistados consideram a concorrência do setor de atuação da sua rede como alta. Além disso, 79,5% dos empresários entrevistados destacaram que não há nenhum incentivo público para o setor. Os resultados da pesquisa aplicada junto aos consumidores de supermercados participantes de redes de micro, pequenas e médias empresas entre junho e julho de 2005 demonstraram: a maioria dos entrevistados (60,6%) efetua as compras para o casal e filhos e que 37,2% das compras são efetuadas semanalmente; a maior parte não possui lealdade com o supermercado e não possui cartão próprio da loja, preferindo efetuar suas compras à vista; as promoções são observadas para definir em qual supermercado comprar pela grande maioria dos entrevistados (95,7%) que se informa sobre as mesmas através, principalmente, da televisão e dos panfletos distribuídos pelos estabelecimentos.
CONCLUSÕES:
Sob a ótica dos consumidores conclui-se parcialmente que os fatores competitivos das redes de comércio varejistas de alimentos de Santa Cruz do Sul constituem-se em preços, promoções, atendimento, qualidade e marca dos produtos. Já relacionado à pesquisa com redes de empresas, destacou-se que não existe incentivos públicos para o setor, sendo que, a motivação dos associados da rede foi considerada como a principal dificuldade enfrentada pela rede à qual a empresa do entrevistado está associada. Os resultados parciais das duas pesquisas realizadas até o momento demonstram que os dados obtidos são relevantes para o aumento do conhecimento sobre o associativismo empresarial das pequenas e médias empresas, tanto na percepção dos empresários, quanto na visão dos consumidores. Acredita-se que a obtenção dos dados totais da amostra planejada e sua análise servirão para a geração de informações relevantes e auxiliarão no desempenho e aumento da competitividade das pequenas empresas e das redes a que essas estão ligadas.
Instituição de fomento: FAPERGS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Redes de cooperação; Competitividade; Redes de empresas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006