Dados da Food Agriculture Organization (FAO) indicam que o Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial de soja e as perspectivas para o agronegócio da soja são extremamente favoráveis. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo verificar se as exportações mundiais de soja são competitivas no comércio mundial e se as mesmasestão direcionadas para a União Européia e para o Foro de Cooperação Econômica na Ásia e no Pacífico (APEC).

Para analisar se as exportações brasileiras de soja em grão são competitivas no comércio mundial de 1992 a 2004, e estão orientadas para a União Européia e para a APEC utilizou-se como procedimentos metodológicos o cálculo dos Índices de Vantagens Comparativas Reveladas (IVCR), proposto por Bela Balassa, em 1965, e o Índice de Orientação Regional (IOR) proposto por Yeats, em 1997. Os dados para o cálculo destes índices foram coletados junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), à FAO e à Secretária de Comércio Exterior (SECEX).

Os resultados indicam que as exportações de soja em grão são competitivas no comércio mundial, ou seja, o Brasil vem apresentando Vantagens Comparativas Reveladas. A análise do IOR indica que as exportações de soja estão orientadas para a União Européia. Contudo o IOR vem caindo ao longo do tempo, apesar das exportações estarem aumentando a cada ano. Isto indica que as exportações de soja, para outros mercados, estão crescendo proporcionalmente mais do que para a União Européia. Também constatou-se que as exportações de soja em grão não estão direcionadas para a APEC, apesar do IOR estar crescendo ao longo do período analisado. De acordo com a SECEX, os dados de exportações brasileiras (FOB), em dólares, desagregados por produto, encontram-se disponíveis a partir de 1992, por isso, optou-se por começar a pesquisa a contar desta data.

Enfim, pode-se concluir que o Brasil destaca-se, mundialmente, tanto em termos de produção como comercialização no mercado internacional de soja. Por fim, pode-se observar que os resultados encontrados nessa pesquisa corroboram com outros estudos que utilizaram este índice para verificar a competitividade da soja em grão.