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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

EFICÁCIA E EFEITOS COLATERAIS DO PRAZIQUANTEL EM MORADORES DE ÁREA ENDÊMICA PARA ESQUISTOSSOMOSE EM MINAS GERAIS

Luciana Alves Silveira Monteiro 1
Andréa Gazzinelli 2
Gustavo Velázquez-Melendez 3
Leonardo Ferreira Matoso 4
Wesley Rodrigues Pereira 5
Marina Stival Morato 6
(1. Acadêmica de Enfermagem, bolsista PIBIC / CNPQ, Escola de Enfermagem UFMG; 2. Profª doutora adjunta do Departamento de Materno Infantil e Saúde Pública; 3. Profº doutor adjunto do Departamento de Materno Infantil e Saúde Pública; 4. Mestrando da Escola de Enfermagem UFMG; 5. Mestrando do Centro de Pesquisa René Rachou – FIOCRUZ; 6. Mestranda da Escola de Enfermagem UFMG)
INTRODUÇÃO:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas áreas tropicais e subtropicais, a esquistossomose é a segunda doença parasitária de maior prevalência em termos de importância sócio-econômica e de saúde pública, sendo superada apenas pela malária. A doença tem presença constante em mais de 74 países (praticamente todos subdesenvolvidos), aproximadamente 600 milhões de pessoas correm riscos de serem infectadas pela doença e mais de 200 milhões são infectadas a cada ano.

Estudos envolvendo tratamento e efeitos colaterais são mais freqüentes nas populações africanas, sendo o tema pouco debatido no âmbito nacional. Para o tratamento da esquistossomose não existe um padrão ouro, sendo que a FUNASA preconiza para regiões endêmicas dosagens que variam de 40 a 60 mg/Kg/peso.

Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do tratamento contra a infecção pelo Schistosoma mansoni e a relação entre os efeitos colaterais do Praziquantel e intensidade de infecção em uma área rural endêmica no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais.

METODOLOGIA:

Participaram do estudo 526 indivíduos, que nunca haviam recebido tratamento da FUNASA. Foi realizado exame parasitológico de fezes utilizando o método Kato-Katz. Todas as pessoas do estudo foram tratadas com Praziquantel Via Oral, dose única, 50mg/kg/peso. Foi aplicado um questionário contendo as possíveis manifestações de efeitos colaterais a todos os indivíduos da localidade 24 horas após o tratamento. Passadas cinco semanas, foi realizado novo exame parasitológico de fezes, com o intuito de verificar a eficácia do tratamento e a redução da carga parasitária.

RESULTADOS:

O teste Qui-Quadrado de Pearson foi utilizado para a análise bivariada, sendo a significância estatística de 5%. Antes do tratamento a prevalência e a média geométrica de ovos de Schistosoma mansoni nas fezes foram, respectivamente, 64,4% e 85,31 opg (IC 95% 78,15 – 92,45), reduzindo para 2,4% e 20,93 opg (IC 95% 20,62 – 21,24) após o tratamento. A taxa de cura foi de 96,27% e a taxa de redução de ovos foi de 75,46%. Em relação aos efeitos colaterais, 68,6% dos indivíduos tratados relataram pelo menos uma reação adversa, sendo as mais freqüentes tontura (50,2%) e sonolência (28,5%). Indivíduos com carga parasitária alta apresentaram maior número de efeitos colaterais quando comparados com indivíduos com baixa carga parasitária, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p<0,01). Foi encontrada uma relação estatisticamente significante entre os efeitos colaterais e a faixa etária, sendo que a manifestação desses efeitos aumentou nos indivíduos de 2 a 49 anos e decresceu naqueles mais velhos.

CONCLUSÕES:

O praziquantel foi eficaz no tratamento da esquistossomose nessa região, mas é importante que os efeitos colaterais sejam levados em consideração no que se refere ao planejamento de ações educativas.

 

 

Instituição de fomento: CNPQ, FAPEMIG, CPqRR/FIOCRUZ e CAPES
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Esquistossomose; Tratamento; Efeitos colaterais.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006