IMPRIMIR VOLTAR
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 7. Saúde Materno-Infantil
AVALIAÇÃO CLÍNICA, DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA DE CRIANÇAS INFECTADAS POR Helicobacter pylori .
Francisco Guilherme Cancela e Penna 1
Rocksane de Carvalho Norton 1
Francisco José Penna 1
Simone Carvalho Diniz 1
(1. Universidade Federal de Minas Gerais)
INTRODUÇÃO:
O Helicobacter pylori foi descoberto em 1983 e desde então vem sendo associado à gastrite crônica, úlcera duodenal e carcinoma gástrico. A prevalência da infecção é de cerca de 60% da população geral. Em países em desenvolvimento, estudos demonstram prevalências que variam de 80 a 90%. Ainda não estão estabelecidos esquemas terapêuticos com 100% de eficácia. O presente estudo visa identificar os esquemas terapêuticos mais utilizados no tratamento das crianças no Ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica; determinar o número de crianças livres de recidivas; verificar a relação existente entre diagnóstico endoscópico/histológico com o número de tratamentos necessários para a erradicação da bactéria; relacionar manifestações clínicas com sinais endoscópicos/histológicos.
METODOLOGIA:
Em protocolo próprio foram anotados dados referentes à identificação, sinais e sintomas, exame físico, endoscopia digestiva alta (EDA) e histologia, além de tratamentos realizados pelas crianças e adolescentes com diagnóstico de infecção por H. pylori, atendidas no Ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica do HC/UFMG. Para acompanhar o tratamento foi utilizado o teste respiratório com uréia marcada com 13C.
RESULTADOS:
Foram avaliados 24 prontuários de crianças, 12 do sexo masculino e 12 do feminino, com idade variando de 3 a 15 anos, com média de 10 anos e 10 meses. Foram usados oito esquemas terapêuticos diferentes, com média de tratamento de 10 dias, independente do tratamento utilizado. O esquema de Claritromicina + Amoxicilina + Omeprazol(CAO) foi o mais utilizado (11 pacientes), sendo que 10 fizeram acompanhamento após o tratamento e 50% desses não tiveram recidivas. O esquema Claritromicina + Omeprazol + Furazolidona (COF) teve 9 pacientes incluídos, 8 fizeram acompanhamento pós-tratamento e 87,5% não tiveram recidivas. Independente do esquema terapêutico, a porcentagem de pacientes sem recidivas foi de 73,69% com o primeiro tratamento, 15,79% após o segundo esquema, e 10,52% necessitaram de três ou mais esquemas. Dos pacientes com úlcera péptica duodenal (UPD) ou cicatriz de úlcera `a EDA, 62,5% se curaram no primeiro esquema terapêutico, enquanto daqueles com gastrite 66,67% curaram-se no primeiro tratamento. A manifestação clínica mais freqüente foi dor abdominal recorrente (DAR), em 95,23% dos casos, com 40% desses apresentando UPD e 50%, gastrite; 79,19% apresentaram náuseas e vômitos, com 37,5% apresentaram UPD e 43,75%, gastrite.
CONCLUSÕES:
As taxas de erradicação da infecção foram variáveis conforme o esquema e a taxa geral se aproxima da literatura. A terapêutica com COF foi a mais eficaz. A DAR, como manifestação mais freqüente nas crianças estudadas, deve ser sempre motivo de investigação. Devido a possíveis complicações, tais como úlcera, gastrite e carcinoma do estômago, verifica-se a importância do estudo da infecção por H. pylori e seus métodos diagnósticos e terapêuticos, sendo necessário a constante avaliação da eficácia de ambos.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: H. pylori; crianças; tratamento.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006