A língua Akuntsú é um membro da família Tuparí. É falada por seis índios monolíngües que vivem na Reserva Indígena Omerê, no sudoeste de Rondônia (Cabral e Aragon, 2004a e 2004b). Os Akuntsú são sobreviventes de um genocídio promovido por fazendeiros da região durante as últimas três décadas. Os dados nos quais se baseia o presente estudo fonológico foram colhidos durante duas idas a campo, com mais de vinte horas de fitas gravadas com palavras, frases e conversas naturais colhidas junto aos índios Akuntsú, quando as autoras foram convidadas pela Coordenação dos Índios Isolados da FUNAI para identificar a língua falada pelos Akuntsú.

Os principais passos metodológicos foram os seguintes: transcrição e descrição fonética do material lingüístico; identificação dos fonemas da língua e seus alofones; identificação e descrição de processos fonológicos.

O trabalho de descrição da língua Akuntsú em desenvolvimento teve continuação com a minha segunda ida a campo no final de dezembro de 2004, o que me possibilitou a coleta de mais dados e informações sobre a língua Akuntsú. Com os dados trancritos, foi aprofundado o conhecimento da fonética e da fonologia da língua Akuntsú. Foi, também,  identificado alguns contextos fonológicos que condicionam as realizações de sons na língua e ainda estabelecer o padrão silábico dessa língua.

Este trabalho consiste no primeiro estudo sobre aspectos da fonética e da fonologia da língua Akuntsú. Trata-se, portanto, de um estudo de importância para o conhecimento dessa língua que só agora começa a ser conhecida.

Trabalho de Iniciação Científica