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E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 1. Ciência de Alimentos

CURVAS DE SECAGEM DE CARAMBOLA A 70° C (Averrhoa Carambola L.) EM DIFERENTES TRATAMENTOS.

Gutto Monzelle Rios Marques 1
Calila Santos Teixeira 1
Renata Cristina Ferreira Bonomo 1
Rafael C. Ílheu Fontan  1
(1. Universidade Estadual do Sudeste da Bahia / UESB)
INTRODUÇÃO:

A desidratação é uma das técnicas mais antigas de preservação de alimentos utilizadas pelo homem. O processo é simples e consiste na eliminação de água de um produto por evaporação, com transferência de calor e massa. Além disso, utiliza elevada quantidade de mão-de-obra, constituindo-se numa fonte geradora de emprego não somente na produção, como também no armazenamento, no processamento e na comercialização de frutas.

Considerando que a maioria das frutas e hortaliças são constituídas por mais de 80% de água, o processo de secagem implica em uma considerável redução de custo de transporte e manipulação do produto além de promover um efetivo prolongamento de sua vida útil.

Fazer estudos e análises como uma curva de secagem e determinação de umidade permite entender e visualizar melhor o processo de secagem, bem como escolher o procedimento, o tratamento, o equipamento e a temperatura adequada para se realizar a desidratação da fruta, para uma melhor qualidade sensorial e tecnológica.

A carambola foi escolhida para realizar esse estudo porque é uma fruta que é boa fonte de vitaminas A e C e pode ser consumida in natura ou sobre forma de compota, geléia, vinho, passa e doces, possuindo até propriedades medicinais contra a febre, escorbuto e desinteria.

METODOLOGIA:

Para realização das análises foram utilizados um secador do tipo cabine ou bandejas, uma balança determinadora de umidade por infravermelho, carambolas in natura e uma balança analítica. Foram analisados dois tratamentos: um branqueado e outro não. As amostras passaram por uma seleção onde foram limpas e selecionadas para a análise. Em seguida foram divididas e cortadas transversalmente (na forma de estrelas) em duas porções, uma para o branqueamento e outra para secagem direta. A porção do tratamento foi submetida a um aquecimento em água fervente por um minuto depois se retirou o excesso de água peneirando a porção.

Depois do tratamento as amostras foram dispostas nas bandejas do secador procurando preencher todo o espaço da bandeja. As bandejas foram pesadas com e sem as amostras. Ficando divididas em dois grupos: o grupo I com as amostras branqueadas e o grupo II sem branqueamento.

Em seguidas, as bandejas foram colocadas no secador à temperatura de 70° C, onde em tempos intercalados e pré-determinados, inicialmente de 15 em 15 minutos, posteriormente 30 em 30 minutos e depois de hora em hora, eram retiradas e pesadas para análise da redução de peso (água evaporada). Os resultados em perda de massa foram transformados em umidade em base úmida e representados graficamente com a apresentação de uma taxa de secagem.
RESULTADOS:

Os dados obtidos da secagem foram utilizados para a construção de uma curva de secagem UMIDADE EM BASE ÚMIDA X TEMPO. Onde a taxa para o grupo I foi de 0,1886/min, com R2 = 0,9761, e para o grupo II foi de 0,1766/min, com R2 = 0,9588. A partir dos resultados foi observado:

·   Uma linearidade maior no intervalo de tempo de 45 a 230 minutos em ambos os tratamentos, com R2 = 0,9631 para o grupo I e R2 = 0,9708 para o grupo II; podendo ser explicado assim: “no início da secagem e por algum tempo depois, geralmente a água começa a evaporar a uma velocidade, a partir do ponto em que ocorre a inflexão da curva de secagem, inicia-se o período da velocidade decrescente de secagem” [2], como foi observado no gráfico de secagem montado para a análise dos dados.

·   Na relação da curva de secagem do grupo I com o grupo II, a variação foi mínima em porcentagem de 0,59% para o início da secagem e inversamente de 2,77% para o final da secagem.

Essa diferença percentual admitiu que a variação de secagem no início foi maior para o grupo I e maior para o grupo II no final. Devido ao fato de que durante o branqueamento a carambola absorve água para si, o que facilita a evaporação de água em excesso no início do processo. Isso cria um gradiente de umidade do centro para a superfície, isso fará com que a camada externa seca forme uma barreira isolante para a transferência de calor do interior da carambola diminuindo a taxa de remoção de água durante a secagem no grupo I na etapa final.

CONCLUSÕES:

Foi verificado que inicialmente ocorre uma maior linearidade na perda de água para ambos os tratamentos. A aplicação do branqueamento não interferiu na taxa de remoção de água tratando-se de relação final, entretanto analisando em etapas, inicialmente o branqueamento fornece uma maior taxa de remoção enquanto sem tratamento uma maior taxa no final da secagem.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Branqueamento; Desidratação; Taxa de evaporação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006