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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

CONSTITUINTES FIXOS E VOLÁTEIS DAS FOLHAS DE Hyptis fruticosa salzm ex. benth. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E EFEITO ANTINOCEPTIVO.

Ivy Cristina Santos de Castro 1
Péricles Barreto Alves 2
José Gerson Feitosa  3
(1. Universidade Federal de Sergipe; 2. Universidade Federal de Sergipe; 3. Universidade Federal de Sergipe)
INTRODUÇÃO:

A utilização de plantas, em forma de chás, pela população de baixa renda na cura de seus males; a biodiversidade brasileira e o uso sustentável dos recursos naturais são fatores que ressaltam a importância do presente trabalho.

 O gênero Hyptis Jacq. pertence a família Labiatae e consiste em mais de 400 espécies; além de crescer naturalmente na região litorânea do Estado de Sergipe, tem sido bastante utilizado no uso como antiinflamatório como é o caso da Hyptis fruticosa conhecida popularmente como “Alecrim do campo” ou “Alecrim de tabuleiro”. Por estas razões, Hyptis fruticosa foi escolhida para esse estudo.

A primeira parte desse trabalho foi o estudo da composição química do óleo essencial, obtido por hidrodestilação em aparelho do tipo Clevenger, através da cromatografia gasosa e espectrometria de massas. Posteriormente verificou-se a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Hyptis fruticosa. A última parte do estudo correspondeu à tentativa do isolamento dos constituintes fixos da planta, através da obtenção do extrato bruto por maceração e sua partição por extração em soxhlet, seguida pela cromatografia em coluna e em camada delgada.

 

METODOLOGIA:

O óleo essencial foi obtido pelo método de arraste a vapor em aparelho do tipo Clevenger. A análise do óleo essencial de H. fruticosa foi realizada em cromatógrafo acoplado a um espectrômetro de massas (Shimadzu QP5050A). A identificação dos componentes do óleo foi efetuada por comparação dos seus espectros de massas com aqueles do banco de dados do equipamento (espectroteca NIST107 e NIST21). O índice de retenção foi obtido por co-injeção do óleo com uma série de alcanos lineares (n-C8-n-C19) e comparados com dados da literatura.

A atividade antimicrobiana do óleo essencial de Hyptis fruticosa foi testada em relação a bactérias Gram positivas (Bacillus subtilis ATCC 6633, Bacillus bulgaricus ATCC 11842, Enterococus faecalis ATCC 4883, Staphylococcus aureus ATCC 29737) e Gram negativas (Pseudomonas aeruginosa ATCC 19424, Salmonella enteritidis ATCC 13076, Escherichia coli ATCC 10536, e Serratia sp ATCC 39006) pelo método da difusão em placas.

Preparou-se um extrato bruto metanólico das folhas de H. Fruticosa por maceração. Esse extrato foi homogeneizado em sílica até a obtenção de uma “farofa” para uma extração em Soxhlet, assim três partições foram adquiridas (éter de petróleo, diclorometano e acetato de etila).

Realizou-se a separação dos constituintes fixos presentes no extrato éter de petróleo através da cromatografia em coluna, seguida de comparação das frações por cromatografia em camada delgada.

RESULTADOS:

A análise dos constituintes do óleo essencial de H. fruticosa estabeleceu as seguintes substâncias como componentes principais: a-pineno (6,09%), 1,8-cineol (13,82%), cânfora (6,75%), b-cariofileno (10,93%) e biciclogermacreno (12,22%). Dos compostos identificados, pode-se destacar na literatura, por apresentar efeitos benéficos no tratamento de enfermidades, o eucaliptol (1,8-Cineol) que apresentou efeito antiinflamatório e antinoceptivo.

O óleo essencial de H. fruticosa apresentou inibição do crescimento das bactérias Gram positivas (Bacillus bulgaricus, Staphilococcus aureus) e Gram negativas (Salmonella enteritidis) não tendo inibido, significativamente, os demais microorganismos estudados em relação ao controle negativo.

Do extrato das folhas foi isolado e identificado o cauranol, o qual foi purificado por recristalização. Também foram isoladas das frações: 676-711, 1555-1584 e 1585-1665 da coluna cromatográfica três compostos cromatograficamente puros que estão em fase de elucidação estrutural.

 

CONCLUSÕES:

De acordo com os resultados, Hyptis fruticosa foi mais eficiente na inibição do crescimento das bactérias Gram positivas (Bacillus bulgaricus, Staphilococcus aureus) e Gram negativas (Salmonella enteritidis) não tendo sido eficaz em relação aos demais microorganismos estudados em relação ao controle negativo.

Quanto ao isolamento dos constituintes das folhas até o presente momento foi identificada a presença do cauranol, um diterpeno tetracíclico, inédito na espécie.

 

Instituição de fomento: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) - CNPq/UFS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Hyptis fruticosa; testes microbiológicos ; cauranol.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006