IMPRIMIR VOLTAR
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
PERFIL DE FERMENTAÇÃO E QUALIDADE DAS SILAGENS DE CINCO GENÓTIPOS DE SORGO SORGUM BICOLOR . MOENCH. I - FRAÇÕES FIBROSAS
Gabriel de Oliveira Ribeiro Junior 1
Lúcio Carlos Gonçalves 2
Carlos Gustavo de Moraes Ribeiro 3
Norberto Mário Rodriguez 2
José Avelino Santos Rodrigues 4
Ana Luiza da Costa Cruz Borge 2
(1. Estudante de Graduação em Medicina Veterinária, EV-UFMG ; 2. Professores da EV-UFMG., Departamento de Zootecnia. ; 3. Mestre em Zootecnia EV-UFMG ; 4. Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo em Sete Lagoas-MG)
INTRODUÇÃO:

Em países de clima tropical normalmente a disponibilidade de forragem é irregular ao longo do ano, com períodos alternados de excesso e escassez, em decorrência principalmente da distribuição de chuvas. Para evitar que a estacionalidade reflita na produção animal é necessário que o excesso de forragem produzido na estação chuvosa seja conservado para ser utilizado no período seco. A conservação das forragens pode ser feita por meio da produção de silagem. As culturas de milho e sorgo têm sido as espécies mais utilizadas no processo de ensilagem, por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos e especialmente pela qualidade das silagens produzidas, sem necessidade de aditivo para estimular a fermentação (ZAGO, 1991). Como principais vantagens do uso do sorgo em relação ao milho podemos citar algumas de suas características agronômicas, como alta produção de forragem, maior tolerância à seca e ao calor, capacidade de explorar maior volume de solo por apresentar um sistema radicular abundante e profundo e pela possibilidade de cultivar a rebrota, com produções que podem atingir até 60% do primeiro corte, quando submetido a manejo adequado (ZAGO, 1991). O lançamento de novos cultivares e híbridos de sorgo visando à produção de silagem deve passar por etapas que avaliem índices de produção vegetal, qualidade e padrão de fermentação.

METODOLOGIA:

Os cinco genótipos de sorgo foram plantados. Os híbridos BR 700 (H1) e Volumax (H2) formam as testemunhas comerciais. Os híbridos 0249341 (H3), 0249317 (H4) e 0249339 (H5) são provenientes de cruzamentos desenvolvidos pela EMBRAPA Milho e sorgo. Foram avaliados em oito períodos, sendo que, um destes representava a forragem antes de ensilar (P0) e os outros períodos foram as diferentes épocas de abertura dos silos, reallizadas com: 1(P1); 3 (P2); 5 (P3); 7 (P4); 14 (P5); 28 (P6) e 56 (P7) dias após a ensilagem. O material foi ensilado com 101 dias de idade. Foi picado em picadeira estacionária em partículas de 2 cm, homogeneizados e ensilados em silos de laboratório. Após a abertura dos silos o material foi pesado e levado à estufa de ventilação forçada, por 72 horas, para determinação da matéria pré-seca a 65º C (AOAC, 1980). Após determinação da matéria pré-seca, os materiais foram moídos em peneira de 1mm. Foram determinados os componentes da parede celular pelo método seqüencial – fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose, celulose e lignina (VAN SOEST et al., 1991), utilizando-se 0,02 mL de amilase termoestável (Termamyl 120 L a 1% - Laboratório Novo Nordisk Bioindustrial do Brasil). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com fatorial híbrido x tempo de abertura. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância usando o software SAEG 8.0 e as médias foram comparadas utilizando-se o teste SNK.

RESULTADOS:

Houve interação entre híbridos e épocas de abertura (p<0,05) para a FDN. H2 foi o único tratamento que manteve seu teor de FDN estável no decorrer do período de ensilagem. Os demais híbridos (H1, H3, H4 e H5) apresentaram queda significativa com posterior aumento no conteúdo da fibra detergente neutro. Resultados semelhantes aos encontrados nesse trabalho foram descritos por ARAÚJO (2002) obtendo média de 61,0%.

Não houve interação entre híbridos e períodos (p<0,05) par FDA. Os valores variaram de 25,62 a 31,87% e mantiveram estáveis em todos os períodos de abertura (p>0,05). Valores semelhantes ao deste estudo foram relatados por SILVA (1997) 30,56% de FDA na MS respectivamente.

Para a hemecelulose não houve interação entre híbridos e épocas de abertura (p<0,05). Os valores variaram de 26,78 a 31.73% FERREIRA (2005) relata valores médios de hemicelulose (27,70%) que são próximos aos descritos neste experimento.

Não foi observada interação entre híbridos e épocas de abertura (p<0,05) para a celulose. Não houve diferenças entre os híbridos estudados (p>0,05). Os valores de celulose também se mantiveram estáveis no decorrer do processo de ensilagem (p>0,05).

Não houve interação entre híbridos e épocas de abertura (p<0,05) para a lignina. SILVA (1996) observou média de lignina de 3,24% que foram menores que as obtidas no presente estudo(3,31 a 9,49%).
CONCLUSÕES:

De acordo com os resultados apresentados neste estudo todos os híbridos apresentaram potencial para produção de silagens.

Instituição de fomento: Fapemig, CAPES, EMBRAPA milho e sorgo
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: frações fibrosas; silagem; perfil de fermentação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006