Tanto pela biodiversidade como pela extensão territorial, o patrimônio natural brasileiro possui grande relevância mundial. Com grande presença entre as mais ricas savanas do mundo, a flora do cerrado brasileiro conta com 6.420 espécies vasculares (Mendonça et al. 1998).

A Chapada dos Guimarães, localizada na região central do Mato Grosso, que é uma área do Bioma Cerrado, tem sofrido ação depredatória dos recursos naturais. Pertencendo a uma classe de umidade semi-úmido e classe de seca de 4 a 5 meses, a área é considerada como de classe de temperatura quente em média maior que 24°C em todos os meses do ano e tem como representante da flora do ecossistema Cerrado o murici, o pequi, a peroba, gramíneas, orquídeas e bromélias. O Parque Nacional é bastante representativo dos ecossistemas regionais e foi criado pelo Decreto n.º 97.656 de 12.04.1989 (http:www.sitecurupira.com.Br). Os conhecimentos sobre a distribuição e organização da biodiversidade, nas comunidades de Cerrado, são ainda reduzidos. Estas informações são de grande importância para avaliar os impactos antrópicos, planejar a criação de unidades de conservação e a adoção de técnicas de manejo (Felfili & Silva Júnior 2001).

O presente trabalho tem como objetivo realizar o estudo da composição florística e estrutura da vegetação lenhosa do Cerrado sensu stricto (s.s.), no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães – MT.

A Chapada dos Guimarães localiza-se no Mato Grosso-Brasil, e as parcelas estão localizadas entre as coordenadas Lat. S 15°23'- 55^o50’ e Lat. S 15°17’- 56^o01’, altitude entre 363 a 550m (http:www.sitecurupira.com.Br). A precipitação pluviométrica anual está em torno de 1600 mm. Os solos são predominantemente arenosos (RADAMBRASIL 1981), e o clima do tipo Aw, com temperatura média anual de 24 °C, com máximas mensais de 27,9 °C e mínimas de 14,7°C.

O processo de amostragem adotado para o levantamento dos dados foi o de parcelas. Utilizou-se 10 parcelas de 20x50m (totalizando um hectare de área amostral), instaladas em uma área de sedimentos, dominantes, arenosos no Parque Nacional. Foram considerados todos dos indivíduos com troncos de diâmetro maior ou igual a 5cm, medidos a 30cm do solo com suta graduada em cm e cujas alturas foram medidas com vara telescópica regulável, conforme metodologia adotada pelo projeto Biogeografia do Bioma Cerrado do qual esta amostra faz parte (Felfili et al.).

A densidade foi de 1152 indivíduos por hectare e a área basal foi de 9,3 m²/ha. Estes valores estão próximos aos encontrados por Fefili et al. (1977) que, estudando 11 áreas de cerrado nas chapadas Pratinha e dos Viadeiros, encontraram uma média de 1130 árvores por hectare e uma área basal que variou de 5,8 11,3 m² por hectare. Felfili et al. (2001) encontraram no cerrado em Água Boa – MT uma área basal de 7,5 m² / ha e uma densidade de 995 indivíduos.

Foram encontradas 79 espécies distribuídas em e 35 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Leguminosae (11) e Vochysiaceae (7). Este cerrado está entre os mais ricos do Brasil Central, que em geral apresentam em torno de 60 espécies em inventários similares. Com relação ao IVI, observa-se que as espécies com maior posição sociológica de importância na comunidade analisada foram Qualea parviflora, Curatella americana e Myrcia parviflora.. Felfili et al. (2001), teve como resultado do IVI espécies em comum com os desta análise como a Qualea parviflora e Curatella americana.

Observa-se que maior parte dos indivíduos possui uma altura entre 1,6 a 4,5. A altura média para os indivíduos foi de 3,7 m e a altura máxima individual encontrada foi de 11 m da espécie Pterodon pubescens.

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Cnpq

Trabalho de Iniciação Científica