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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade

EFEITO DOS EXTRATOS VEGETAIS DAS PLANTAS MEDICINAIS Achillea milefollium (MIL-FOLHAS), Cymbopogon citratus (CAPIM-LIMÃO), Artemísia camphorata (CÂNFORA) E Rosmarinus officinalis (ALECRIM) NO CRESCIMENTO MICELIAL DE Exserohilum turcicum, UTILIZANDO DOIS MEIOS DE CULTURA, BDA E LCH.

Patrícia Rosin Carnelossi 1
Claudia Regina Scapin 2
Maira Eugênia da Silva Cruz 3
Kátia Regina Freitas Schwan-Estrada 4
(1. Universidade Estadual de Maringá; 2. Universidade Estadual de Maringá; 3. Universidade Estadual de Maringá; 4. Universidade Estadual de Maringá)
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO

A helminthosporiose causada por Exserohilum turcicum é o principal problema fitopatológico dos cultivares de milho-pipoca cultivados no País, podendo reduzir a produção e qualidade de uma lavoura, em locais com alta umidade e temperaturas moderadas durante o ciclo de cultivo. Devido às características peculiares da cultura, como porte da planta, extensão da área de plantio e a própria rentabilidade econômica, tem-se como medida mais viável para o controle da doença o uso de resistência genética, pois o controle químico além do impacto ambiental ocasionado, tem-se elevados custos de insumo viável apenas em campos de produção de sementes. Com isso esforços têm sido direcionados na busca de alternativas utilizando substâncias naturais com propriedades fungicidas no controle desta doença. Dentre esses encontram-se as plantas medicinais.

            Na literatura é possível encontrar um grande número de trabalhos que utilizam as propriedades antimicrobianas dos compostos secundários de plantas medicinais para o controle de agentes fitopatogênicos (Schwan-Estrada et al. 1997b; Schwan-Estrada et al. 1998; Bonaldo et al. 1998a,b,c,d, 1999). Desta forma verifica-se que o uso de outras plantas medicinais, no controle de fitopatógenos presente no solo ou na parte aérea de plantas, apresenta um futuro promissor. Neste projeto avaliou-se as plantas medicinais Achillea milefollium; Cymbopogon citratus; Artemísia camphorata e Rosmarinus officinalis, em dois meio de cultura, BDA e LCH.

METODOLOGIA:

MATERIAL E MÉTODOS

Fungos fitopatogênicos e plantas medicinais: O efeito do extrato bruto das plantas medicinais Achillea milefollium; Cymbopogon citratus; Artemísia camphorata e Rosmarinus officinalis foi verificado sobre o crescimento micelial de Exserohilum turcicum.

Obtenção do extrato bruto: Folhas das plantas medicinais foram trituradas em água por 3 min., em liquidificador. Os homogenatos resultantes foram filtrados em gaze e em papel de filtro Whatman no1, obtendo-se o extrato aquoso bruto.

Avaliação dos extratos vegetais no crescimento micelial: Foram utilizados os meios de cultura sólidos: BDA (batata-dextrose-ágar) e LCH (Lactose caseína hidrolisada), sob regime de luz escuro contínuo e temperatura de 25º. O extrato aquoso bruto foi incorporado no meio BDA e no meio LCH nas concentrações de 1, 10, 20 e 40% e distribuídos em placas de Petri. Após a solidificação do meio, um disco (8mm de diâmetro) de micélio do isolado com 10 dias de idade em BDA, foi repicado para o centro das placas, que foram vedadas com filme plástico e mantidas a 25oC ± 2oC na ausência de luz. No tratamento controle (testemunha) foram utilizadas placas de Petri contendo BDA e LCH. A avaliação foi realizada através da medição em dias alternados do diâmetro das colônias (média de duas medidas diametralmente opostas), 24 horas após a instalação do experimento e perdurou até o momento em que as colônias fúngicas no tratamento controle cobriram 2/3 da superfície do meio de cultura.

RESULTADOS:

RESULTADOS

            Através dos resultados obtidos em meio de cultura BDA, verificamos que os extratos vegetais de Rosmarinus officinalis, Cymbopogon citratus e Achillea millefolium, a partir da concentração de 1%, proporcionaram inibição do crescimento micelial do fungo, sendo que os maiores percentuais de inibição ocorreram na concentração de 40%, inclusive para o extrato de Artemisia camphorata, exceto para a espécie A. millefolium (maior inibição na concentração de 20%). O extrato aquoso das plantas medicinais R. officinalis e A. camphorata, foram os que apresentaram maior inibição do crescimento micelial na concentração de 40%, quando comparado com os outros extratos. Portanto, os extratos das plantas alecrim e cânfora foram os mais eficientes na inibição do crescimento micelial, apresentando até 45% de inibição.

            Os extratos das plantas R. officinalis e A. camphorata, na concentração de 40% foram os que apresentaram maior inibição do crescimento micelial, no meio de cultura LCH. Neste meio de cultura, o extrato da planta C. citratus, nas concentrações de 1 e 20% e o extrato de A. millefolium, na concentração de 10%, ocasionaram maior inibição, enquanto que os extratos nas concentrações de 10 e 40% de C. citratus e 20% de A. millefolium não proporcionaram inibição do crescimento micelial, igualando-se ao controle.

CONCLUSÕES:

CONCLUSÕES

Os extratos das plantas R. officinalis e A. camphorata foram os que apresentaram maior inibição do crescimento micelial de Exserohilum turcicum, nos dois meios de cultura (BDA e LCH), apresentando até 45% de inibição.

                                                                                                           

O extrato de C. citratus, proporcionou aumento da inibição do crescimento micelial de E. turcicum em meio BDA proporcional ao aumento da concentração dos extratos, e ao utilizar o meio de cultura LCH, as maiores inibições do crescimento micelial de E. turcicum, foi ocasionada pelos extratos desta espécie, nas concentrações de 1 e 20%..

 

O extrato de A. millefolium na concentração de 20%, em meio de cultura BDA, proporcionou a maior inibição do crescuimento micelial de E. turcicum, sendo que ao utilizar o meio de cultura LCH, o extrato desta espécie, na concentração de 10% apresentou maior porcentagem de inibição do crescimento micelial de E. turcicum.

 

Todas as espécies vegetais medicinais utilizadas, provocaram inibição do crescimento micelial do patógeno, em concentrações distintas, sendo necessário o desenvolvimento de novos trabalhos envolvendo dosagens diferenciadas e novas metodologias de aplicação de produtos naturais de origem vegetal.

Instituição de fomento: CNPq/UEM
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: helmintosporiose; compostos secundários; controle alternativo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006