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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
INDICADORES DE SAÚDE DO SOLO EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO ENVOLVENDO O ALGODOEIRO EM DIFERENTES SISTEMAS DE ROTAÇÃO E SUCESSÃO DE CULTURAS NA REGIÃO DE SANTA HELENA DE GOIÁS, GO
Adriano Vieira de Melo 1
Juarez Patricio de Oliveira Junior 1
Wilson Mozena Leandro 1
(1. Universidade Federal de Goiás / UFG)
INTRODUÇÃO:

Na safra 2005/2006 a área plantada com a cultura do algodoeiro no Estado de Goiás ocupou 69.000 hectares, registrando uma redução de 52% em relação à safra anterior. Com a produtividade média de pluma estimada em 1.277 kg/ha, 14,8% maior que a safra anterior, espera-se a produção de 88.100 toneladas de pluma, 44,9% a menos do que a produção obtida na safra 2004/2005, o que coloca o Estado na condição de terceiro maior produtor de algodão do Brasil, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (2006). O Sistema de Plantio Direto trata-se de um sistema que protege o solo, acenando como uma solução definitiva contra a degradação do solo. Entre muitos benefícios destacam-se: redução da erosão do solo, manutenção da umidade do solo, aumento da atividade biológica, menor dependência do clima, melhor utilização do tempo, economia de máquinas e equipamentos, competitividade e eficiência, sustentabilidade e menor impacto ambiental. Os Indicadores de Qualidade do Solo são propriedades, processos e características físicas, químicas e biológicas que podem ser medidas para monitorar mudanças na qualidade do solo. Portanto é necessário avaliar indicadores de sustentabilidade do solo cultivado com o algodoeiro em diferentes sistemas de rotação e sucessão de culturas na região do cerrado avaliando os efeitos de diferentes espécies vegetais que melhor se adaptem e que tenham maior longevidade de decomposição, bem como seus efeitos nas propriedades físicas, química e biológica do solo.

METODOLOGIA:

O ensaio foi montado na área experimental da Fundação GO, em Santa Helena de Goiás, com 24 tratamentos e 72 parcelas com 60 m2 (5x12 m). As parcelas possuem 22 linhas com 5 m linear cada e o espaçamento de plantio utilizado foi 0,45 m. Foi feita uma adubação completa  de plantio com macro (5-25-15) e micronutrientes (FTE-BR12) segundo análises de solo. As adubações de cobertura com N e K2O foram divididas em três aplicações: ½ no plantio, ¼ em cobertura 20 dias após plantio e ¼ em cobertura no florescimento. Os tratamentos: T1:– Milho; T2 – Brachiária; T3 – Sorgo + Mucuna preta; T4 – Planta daninha; T5 – Milheto; T6 – Sorgo; T7 – Crotalária; T8 – Pé-de-galinha; T9 – Guandu; T10 – Mucuna preta; T11Crotalária + milheto; T12 – guandu + milheto. S1:Algodão; S2:Soja. As parcelas, após dessecação da palhada, foram cultivados com soja  e algodão. A avaliação dos indicadores biológicos de sustentabilidade foi feita no pleno florescimento do algodoeiro. Indicadores de sustentabilidade, segundo Larson & Pierce (1991) e Albuquerque et al (1995) foram: A altura de plantas por parcela. O número de plantas por metro contando-se as plantas de algodão em três metros no meio da parcela.  Área foliar: 5- Ótimo desenvolvimento, 4 - Bom desenvolvimento, 3- Regular desenvolvimento, 2 - Baixo desenvolvimento, 1- Péssimo desenvolvimento, 0- Sem desenvolvimento. Ataque de pragas: 5- Ataque muito alto, 4- ataque alto, 3- Ataque regular, 2- Baixo ataque, 1- Muito baixo ataque, 0- Sem ataque; Ataque de doenças: 5- ataque muito alto, 4- Ataque alto, 3- Ataque regular, 2- Baixo ataque, 1- muito baixo ataque, 0- Se, ataque; Cobertura de solo: 5- Ótima cobertura, 4- Boa cobertura, 3- regular cobertura, 2- Baixa cobertura, 1- Péssima cobertura, 0- sem cobertura.

RESULTADOS:

As fitomassas produzidas pelas coberturas foram inferior a 5 Mg há-1. Milheto, crotalária e Sorgo + Mucuna apresentaram maior produção de fitomassa. As menores foram obtidas com a braquiária.  Apesar da braquiaria ser uma excelente cultura para produção de palhada quando cultivada no verão o seu estabelecimento inicial é muito lento.  Ressalta-se ainda que as coberturas foram dessecadas para o plantio da soja (data de plantio anterior ao do algodoeiro) o que diminuiu o tempo de acumulo de fitomassa. A baixa produção de fitomassa está relacionada ao plantio no inicio do período chuvoso com  alta instabilidade das precipitações. A maior média do número de plantas de soja foi encontrada no sistema de rotação T9, enquanto que a menor nota foi obtida no tratamento T1. Porém apesar dessas diferenças o estande de plantas em ambos os casos estão dentro do recomendado para a cultura da soja e do algodão. A área foliar de soja foi à mesma em todos os tratamentos testados com exceção do tratamento T4. Todas os tratamentos enquadram-se na classe bom desenvolvimento o que demonstra que a cultura teve bom desenvolvimento vegetativo independentemente das palhadas empregadas. Os valores obtidos para alguns parâmetros no algodão como, ataque de doença = 1, ataque de pragas = 1 e cobertura do solo = 2, indicam que a lavoura foi bem conduzida, pois não foi verificadas grande infestação de invasoras (PI), pragas (AP) e doenças (AD). A altura média das plantas de algodão foi de  101,23cm, variando de 106,68 a 87cm entre os sistemas de rotação adotados.

CONCLUSÕES:

Nenhum dos sistemas de rotação estudados apresentou produção de fitomassa adequado para o plantio direto no cerrado; Os indicadores de sustentabilidade constituem um sistema adequado  de comparação de sistemas de rotação de cultura em  plantio direto, auxiliando na tomada de decisões para um bom manejo da palha e do solo; Propriedades químicas e físicas do solo só são alteradas pelas rotações de cultura em longo prazo.

 

Instituição de fomento: Fundação GO e FUNAPE
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Algodão; Indicadores de sustentabilidade; Palhada.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006