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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo

MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO À OCORRÊNCIA À EROSÃO HÍDRICA NO SUDOESTE GOIANO COM BASE NA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE CHUVAS INTENSAS

Magno Henrique dos Reis 1
Nori Paulo Griebeler 1
Janaína Moura de Oliveira 1
(1. ENGENHARIA RURAL, ESCOLA DE AGRONOMIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOÍAS/UFG)
INTRODUÇÃO:

Erosão consiste nos processos de desprendimento e arraste das partículas de solo causados pela ação da água e do vento. No Brasil, a erosão provocada pela água, também conhecida como erosão hídrica, é a mais importante, constituindo a principal causa da degradação das terras, elevando os custos relativos à produção agropecuária, uma vez que aumenta a necessidade de uso de corretivos e fertilizantes e reduz a eficiência operacional das máquinas agrícolas. A erosão causa também problemas na qualidade e disponibilidade de água, decorrentes da poluição e do assoreamento dos cursos d’água, favorecendo a ocorrência de enchentes no período chuvoso e a escassez de água no período de estiagem, provocando problemas socioeconômicos. Os fatores que mais influenciam no processo erosivo podem ser separados em três grupos, que são as variáveis climáticas, edáficas e topográficas.

METODOLOGIA:

Para a espacialização dos dados de precipitação intensa, obtidos das equações de IDF, foram utilizados os modelos de uso mais comum para dados climáticos, como o modelo Inverso da Potência da Distância (IPD). Foram espacializados os dados em um período de retorno de 10 anos e tempo de duração de 6, 12 e 24 horas. O modelo digital do terreno (MDT) será obtido na rede de computadores para acesso comum será integrado à base pedológica utilizando técnicas de sobreposição disponíveis nos softwares de SIG, permitindo desta forma relacionar a posição do relevo com o tipo de solo correspondente. Foram ainda, a partir do MDT, gerados mapas de declividade do terreno, com os quais será possível o estabelecimento de regiões nas quais os riscos de erosão sejam mais acentuados. Neste sentido foram utilizados critérios baseados em fracionamento de relevo em faixas de declividade, conforme o manual de aptidão agrícola dos solos (Ramalho Filho e Beek, 1996). Desta forma, os solos foram classificados em classes de suscetibilidade à erosão conforme definido pelo mesmo, permitindo assim a geração de mapas em classes podendo ser nula, ligeira, moderada, forte, muito forte e ainda extremamente. A partir dos mapas de precipitação; solo, relevo e declividade foram realizados operações de classificação e sobreposição, visando a geração de um modelo no qual estes fatores encontrem-se inter-relacionados.

RESULTADOS:

Foram espacializados os dados de precipitação intensa utilizando-se o software ARCVIEW 3.2 para interpolação dos dados gerados da equação IDF para 6, 12 e 24 horas para o tempo de retorno de 10 anos e interpolados através do inverso da potência da distância de expoente 2 e atributo vizinho mais próximo, gerando assim o mapa de precipitação intensa do Sudoeste Goiano. Foi utilizado o mapa digital de solos do estado de Goiás obtido através da base cartográfica da AGIM/SIC em escala de 1:250000. Este mapa de solos foi reclassificado em grupos como os Latossolos, Neossolos, Argissolos, Gleissolos e Cambissolos. Através do MDT foi gerado um mapa de declividade conforme proposto na metodologia do sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras (Ramalho Filho e Beek, 1995). De posse do modelo solo-relevo e um grid de precipitações máximas de chuvas para região criou-se o modelo chamado de clima-solo-relevo. Desta forma, gerou-se o modelo com as atribuições da metodologia do sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras (Ramalho Filho e Beek, 1995), classificando quanto a suscetibilidade à erosão hídrica, podendo ser nula, ligeira, moderada, forte, muito forte e extremamente forte.

CONCLUSÕES:

- Pode-se observar no mapa de precipitação intensa que quanto menor o tempo de duração, maior é a intensidade de precipitação.

- Nas regiões de maior declividades normalmente são encontradas os solos de maior suscetibilidade à erosão como os neossolos, cambissolos e argissolos, enquanto que os de menor declividade são encontrados os latossolos.

- As áreas de maior predominância dos latossolos, precipitação menos intensa e menor declividade foram classificadas de modo geral sendo nula quanto ao grau de suscetibilidade à erosão, e portanto a classe de menor risco á ocorrência de erosão.

- A região noroeste do sudoeste goiano foi a que apresentou maiores graus e suscetibilidade à erosão e que, portanto as que devem possuir maiores cuidados na utilização da terra e planejamento conservacionistas.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Mapeamento; Erosão; Geoprocessamneto.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006