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H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 1. Literatura Brasileira
LITERATURA COM(O) DISCIPLINA
Cristina de Souza Prim 1
Tânia Regina de Oliveira Ramos 2
(1. UFSC; 2. DLLV/ UFSC)
INTRODUÇÃO:
A pesquisa tem o intuito de entender a literatura com(o) disciplina no seu sentido amplo e busca saber como se daria a formação do leitor adulto a partir das leituras feitas, especialmente, durante o ensino médio. Procuramos tematizar principalmente a influência dos livros sugeridos pela COPERVE como conteúdo para o Vestibular da UFSC.
METODOLOGIA:
Até que ponto os livros indicados para o vestibular da UFSC formam um novo leitor ou solidificam uma outra prática de leitura? Os materiais que nos têm dado subsídios são a lista dos livros indicados para o vestibular 2007, da UFSC, as comunidades de leituras online e alguns questionários aplicados como amostragem. Algumas leituras teóricas, consideradas importantes, respaldarão esta etapa da análise, como "O Demônio da Teoria", de Antoine Compagnon, e "A educação literária como metáfora social", de Cyana Leay-Dios.
RESULTADOS:
Mesmo que nossa pesquisa ainda não tenha sido finalizada, já podemos traçar algumas considerações a partir dos dados obtidos. Como exemplo, depois da leitura de Cyana Leahy-Dios, concluímos que a leitura de livros sugeridos pela COPERVE permite que haja uma mudança de perspectiva para um modelo de leitura mais criativa, para que se possa ver as aulas de literatura como “educação literária”. O que queremos demonstrar é que o exercício de ler os livros sugeridos também pode criar uma outra sensibilidade em relação à leitura. Apropriando-nos de Antoine Compagnon, podemos dizer que muitas vezes os leitores esperam que alguém autorizado lhes digam quais são os bons e os maus livros, desde que justifiquem suas preferências . Este é o papel do professor, mas deveria ser muito mais este o papel daqueles que selecionam os livros para as listas dos exames vestibulares. Ainda que implicitamente, os vestibulandos devem entender porque determinados livros foram incluídos entre as leituras obrigatórias para o vestibular.
CONCLUSÕES:
Uma de nossas metas era obter informações para refletir sobre as questões que interferem na promoção da leitura num sentido geral e no contexto do vestibular. Por exemplo, um dado muito interessante que obtivemos foi que os alunos da rede pública de ensino alegam não ter tempo para muitas leituras – explicação dada após a análise dos questionários feitos, quando se verificou que há uma diferença quantitativa de leituras entre os alunos das redes pública e privada – pois não vislumbram a perspectiva de serem aprovados no vestibular em uma universidade pública. Uma constatação óbvia, mas com um peso maior quando é citada pelos próprios alunos. As comunidades livres de leitura têm nos possibilitado um diálogo mais espontâneo sobre literatura e sua inserção na escola. E essa tem sido uma fonte muito interessante para que possamos fazer uma análise crítica das questões de Literatura que vêm sendo feitas nos vestibulares. Muitas dessas desmotivam à leitura das obras completas. A formação do leitor adulto, através deste rito de passagem – do ensino médio para a Universidade – é o objetivo de nossa pesquisa.
Instituição de fomento: Universidade Federal de Santa Catarina
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: leitor; leitura; literatura.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006