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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 7. Química Orgânica

ETANÓLISE DO ÓLEO DE GIRASSOL EMPREGANDO LIPASE DE Candida antarctica (Novozym 435®)

Maria Cecília Gessinger  1
Rosana de Cassia de Souza Schneider 1
Luciano Dornelles 1
Valeriano Antônio Corbellini 1
Elina Bastos Caramão 2
(1. Departamento de Química e Física – Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC -RS; 2. Instituto de Química – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS -RS)
INTRODUÇÃO:

O biodiesel surge como um combustível renovável e biodegradável, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, que possam substituir parcialmente ou totalmente o óleo diesel de origem fóssil. No Brasil, o biodiesel pode ser um importante produto para exportação e para independência energética nacional, associada à geração de emprego e renda nas regiões mais carentes. Além do que a produção agrícola de oleaginosas pode ser realizada nas entressafras de algumas plantações, como por exemplo, na região sul o plantio de girassol intercalado com o de fumo. Por muitos anos, os combustíveis derivados de petróleo foram utilizados extensivamente. Atualmente é uma necessidade imposta pelo Tratado de Quioto que versa sobre a utilização de biodiesel nos veículos a óleo diesel para diminuir a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. O biodiesel pode reduzir as emissões líquidas de gás carbônico e as emissões de óxidos de enxofre. Neste trabalho buscou-se a etanólise enzimática do óleo de girassol, uma vez que cerca de 50% da cana-de-açúcar é utilizada na produção de açúcar e o restante na produção de etanol, viabilizando a produção de uma das matérias-primas empregadas na produção do biodiesel. De interesse deste trabalho está a versatilidade das lipases, que apresentam habilidade catalítica com grande aplicação na transesterificação de óleos e gorduras, além de serem obtidas a partir de diversas fontes.

 

METODOLOGIA:
As reações de transesterificação enzimática do óleo de girassol foram realizadas em n-hexano, tendo como substratos óleo e etanol. A enzima testada como biocatalisadora da reação de transesterificação foi da Candida antarctica (Novozym 435® 10000 u/g). As proporções molares de óleo-etanol testadas foram de 1:3 e 1:6. As temperaturas de reação testadas foram de 35, 55 e 65°C. Os tempos de reação foram de 4h à 36h em uma incubadora Shaker. Os produtos de reação foram analisados por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e Cromatografia Gasosa (CG) com coluna DBwax de 0,53 mm d.i. e 30 m de comprimento. O detector utilizado foi por ionização de chama (DIC) à 270°C. As condições de aquecimento da coluna foram de 80°C (0,2 min) até 140°C (8°C/min; 2min); 215°C (8°C/min) com injetor on column à 210°C .
RESULTADOS:

Ao observar os resultados das análises dos produtos de reação referente aos estudos A (20 % - 1:6), B (20 % - 1:3), C (10 % - 1:3) e D (10 % - 1:6) considerando a concentração de enzimas e razão molar óleo – etanol, utilizando-se tempos de 4, 6, 8, 24 e 36 h, verificou-se que a reação de maior conversão foi com proporção 1:6 de óleo-etanol, 65°C e 10% de enzima em tempo de 36h. A maioria das outras reações alcançaram em torno de 50% de conversão, com 24 ou mais horas, à 65°C.

CONCLUSÕES:

Constatou-se que a transesterificação enzimática do óleo de girassol pode ser realizada com alto grau de conversão utilizando-se a enzima Novozym®435. Conforme as condições estudadas, vimos que este biocatalisador suporta maiores temperaturas, sendo que com 65°C obteve-se a maior conversão.

Instituição de fomento: Bolsa ITI – CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: etanólise; girassol; biodiesel.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006