A equoterapia é a utilização do cavalo como recurso cinesioterapêutico para o desenvolvimento biopsicossocial e para alcançar objetivos terapêuticos, proporcionando ao praticante uma nova concepção de movimento, melhorando a consciência corporal, estimulando o sistema vestibular e a correção das posturas pélvicas, ativando a musculatura de cabeça e tronco através de estímulos proprioceptivos, somatosensorial e visual, mobilizando segmentos hipomóveis e levando a estabilização dos segmentos com hipermobilidade, promovendo alinhamento e facilitando a execução da função. A escoliose é uma deformidade tridimensional, que deve ser tratada de forma preventiva e/ou precoce. Existem inúmeras técnicas de tratamento da escoliose, sendo as técnicas proprioceptivas consideradas mais válidas na reabilitação da escoliose. Observamos que os benefícios gerados pela equoterapia ao praticante podem contribuir na prevenção ou tratamento da escoliose. Através do estudo da fisiologia e biomecânica, relatos dos efeitos positivos, orientações durante a terapia, contra-indicações e indicações generalistas, observamos a correlação entre a equoterapia e a escoliose, podendo vir a ser a equoterapia mais um recurso cinesioterapeutico no tratamento e prevenção.

Revisão de literatura baseada em artigos científicos, dissertações, livros, revistas indexadas e/ou não indexadas, anais de congresso, utilizando como palavras-chave: equinoterapia, fisioterapia na equinoterapia, escoliose, ortopedia e neurologia. Realizadas na Biblioteca Milton Soldani Afonso  UNISA, CAPES, IBICT, DEDALUS, LILACS e MEDLINE e em meio eletrônico. No período compreendido entre 1995 – 2005, sujeito á extensão.

A equoterapia é uma atividade terapêutica de baixo impacto, e exige a participação global do praticante, aprimorando a força muscular, relaxamento, conscientizando o corpo e aperfeiçoando o equilíbrio e a coordenação, essenciais a bipedestação.

O músculo tem função rítmica e os impulsos gerados através das costas do cavalo, possibilitam o relaxamento e fortalecimento através de troca de estado dinâmico e estático do movimento. A estática baseia-se no desequilíbrio, e  necessita de um reequilíbrio permanente.

Os músculos da coluna realizam uma mobilização do segmentos para lateral das articulações hipomóveis assim como  o treino excêntrico dos pequenos músculos monosegmentares das costas, estabilizando os segmentos hipermóveis. Na ortopedia se faz uso dos movimentos do cavalo (ao passo), otimizando o tratamento de alterações da forma e postura da coluna, como escoliose de 1º e 2º graus. As técnicas proprioceptivas são consideradas mais válidas na reeducação da escoliose.

Estabelecendo-se o tipo de escoliose existem maneiras de corrigi-la, regulando a altura dos estribos, utilizando a ação centrífuga e centrípeta, a marcha do cavalo, mudanças de velocidade, tamanho do passo e direcionamento das formas retas e curvas. Não foram encontrados na literatura trabalhos comparativos da aplicação da equoterapia na escoliose, só encontrou-se relatado sobre efeitos positivos e orientações durante a terapia, além das contra-indicações  e indicações  generalistas.

Através deste estudo observamos a correlação entre a fisiologia, biomecânica e objetivos da equoterapia e a possibilidade da sua utilização como recurso complementar no tratamento e prevenção da escoliose. Acredita-se que através do aprofundamento e desenvolvimento de mais estudos sobre equoterapia e escoliose, segundo classificação de deformidade, considerando a multifatoriedade das modificações teciduais em cada indivíduo e os métodos de tratamento específicos da equoterapia, possa se propor mais um recurso cinesioterapêutico, utilizando “material”  muito especial e diversificando as condutas, às vezes tão maçantes, do tratamento convencional.