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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

A INFLUÊNCIA FAMILIAR PARA ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL PELO PACIENTE

 

Débora Sâmara Guimarães Dantas 1
Priscila David de Lima Damasceno 1
Thereza Maria Magalhães Moreira 1
(1. Universidade Estadual do Ceará / UECE)
INTRODUÇÃO:
A prevalência de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) tem se destacado mundialmente, exigindo o enfrentamento de dificuldades no direcionamento de ações para a promoção da saúde que contemplem seu controle. As doenças crônicas têm se destacado no Brasil, fazendo com que o país procure priorizar ações de prevenção e controle dessas doenças. Nas tendências epidemiológicas recentes relacionadas a esse grupo, as doenças cardiovasculares têm sobressaído por elevados índices e complexidade de controle. O número de mortes por doenças cardiovasculares cresce a cada ano. No Brasil, a situação não foge à regra. Entre as doenças cardiovasculares, chama atenção a hipertensão arterial, síndrome de caráter crônico caracterizada pela presença de níveis elevados de pressão arterial, associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos. A hipertensão arterial tem sido alvo de constantes estudos em virtude da sua elevada incidência e pela dificuldade de adesão ao seu tratamento. O interesse pelo tema decorreu de inquietações relacionadas às dificuldades dos pacientes com tal patologia em manter os cuidados terapêuticos e da percepção da família como contribuidora no processo de adesão. Este estudo tem como objetivo identificar a influência familiar para adesão ao tratamento da hipertensão arterial pelo paciente.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida junto a pessoas com hipertensão arterial atendidas em uma Unidade Básica de Saúde de Fortaleza-CE que apresentaram dificuldade verbalizada em aderir à terapêutica, bem como que residem com seus familiares e não apresentam cardiopatia associada. O estudo não implicou em riscos para o universo pesquisado e seguiu as recomendações para pesquisas envolvendo seres humanos quanto aos aspectos ético-legais. Foram identificados 125 pacientes em prontuário, que foram visitados em seu domicílio, o que implicou na inserção de 17 pacientes no estudo, sendo 13 acompanhados em todas as etapas da pesquisa, assim como seus familiares. Os demais pacientes e familiares visitados não se enquadraram nos critérios de inclusão amostrais.
RESULTADOS:
Sobre as características do grupo estudado, verificamos que, entre as 13 participantes acompanhadas, todas do sexo feminino, cinco pacientes apresentaram hipertensão arterial sistólica isolada, duas apresentaram cifras limítrofes, duas com hipertensão arterial leve, uma apresentou o tipo moderado, uma o severo, enquanto outras duas pacientes não se enquadraram na classificação de hipertensão do Ministério da Saúde. Em relação ao estilo de vida, constatou-se que nove pacientes referiram não praticar regularmente exercícios físicos. Sobre a influência familiar na adesão do paciente ao tratamento da hipertensão arterial, de um modo geral, a maioria das famílias relatou contribuir no tratamento dos pacientes portadores de hipertensão, ajudando na sua adesão ao tratamento, principalmente no preparo da alimentação com baixo teor de gorduras e sódio, no acompanhamento durante as consultas e na administração dos medicamentos.
CONCLUSÕES:

Verificamos, portanto, que a família exerce um papel fundamental no favorecimento da adesão ao tratamento da hipertensão arterial pelo paciente, influenciando diretamente na adoção de um estilo de vida saudável. Porém, foi constatado que essa responsabilidade normalmente fica a cargo de um membro familiar.

 

 

Instituição de fomento:  FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO – IC&T/FUNCAP
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Hipertensão; Família; Adesão.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006